Cotidiano

Urgência de liquidez faz preços recuarem até 30%

Quem tem pressa de vender para fazer dinheiro, precisa ser generoso no desconto

Cascavel – Mesmo como um dos investimentos considerados mais seguros, os imóveis também sentem os efeitos das oscilações econômicas que o País enfrenta principalmente de um ano e meio para cá. Ao contrário de outras regiões, no Oeste o preço dos imóveis antigos segue estável, no entanto alguns fatores criam oportunidades a investidores potenciais. “Quem precisa de liquidez rápida (fazer dinheiro) chega a reduzir o preço em até 30%”, informa o vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação) para o Oeste e Paraná, Luiz Antonio Langer. Mas, em média, a diminuição fica na casa dos 15%.

O tempo médio para a comercialização de um imóvel usado também aumentou. Até antes da crise, era necessário esperar pelo menos três meses para receber ofertas razoáveis e fechar negócio. Agora, é raro conseguir vender antes de anunciar por no mínimo seis meses. Mesmo com a retração das vendas, também entre 10% e 15% comparativamente a igual período do ano passado, ainda há imóveis com preço considerado fora do de mercado. “Antes dessa instabilidade, a fase foi boa para os proprietários e houve forte valorização, mas muitos donos ainda querem negociar mantendo aqueles mesmos patamares e isso já não é possível”, diz Langer.

Descontos

Com a redução de dinheiro em circulação, com o crescimento do desemprego e a queda nas vendas de artigos de outras cadeias econômicas, muitos se desfazem de imóveis na tentativa de conseguir dinheiro rápido. Por isso, oito em dez colocados à venda terminam comercializados com preço cerca de 15% inferior àquele que o dono originalmente queria. A tendência é de quanto maior o valor do bem, melhor o desconto. O impacto é menor a casas e a apartamentos cotados entre R$ 200 mil e R$ 250 mil. Essa é uma fatia bastante procurada, conforme o vice-presidente do Secovi, por isso os efeitos da oscilação econômica tendem a ser menores.

Mercado dinâmico

Além de considerado um dos mais seguros e rentáveis a médio e a longo prazos, o mercado de imóveis também tem poder de recuperação diferenciado em comparação a outros. “No menor sinal de que a economia começa a entrar nos eixos, o segmento passa imediatamente a trabalhar com viés de valorização”, informa o vice-presidente do Secovi, Oeste e Paraná, Luiz Antonio Langer.

Há um nicho do mercado, por enquanto, que a crise pegou com mais força. As dificuldades de concretização de negócios são maiores a apartamentos considerados de médio padrão, na faixa dos R$ 500 mil. É que o comprador desse tipo de bem, gerentes, representantes comerciais e outros, por exemplo, estão receosos quanto à sua estabilidade diante de uma situação que ainda não mostra sinais claros de reversão na curva da recessão.

Negociação é melhor caminho

A oscilação da economia afeta também o mercado de aluguéis de imóveis. A regra tem sido uma só, afirmam corretores: a negociação. Antes de correr o risco de perder o inquilino e de ficar meses com o imóvel desocupado, amargando prejuízos, o caminho é ser flexível e procurar o entendimento. Os casos mais comuns, na renovação do contrato, têm sido de manter os atuais valores e, em algumas situações, de renegociação para baixo, na casa dos 10%. A oferta de imóveis, tanto para venda como para locação, está aquecida, segundo especialistas.