Cotidiano

União tem uma dívida com o Rio

É preciso fazer alguns esclarecimentos sobre a posição do Rio de Janeiro na rodada de negociações que transcorrem nesta tarde em Brasília sobre dívidas estaduais e a revisão delas com a União.

O Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser, tem lugar de destaque na questão, não apenas devido ao tamanho de suas dificuldades fiscais, mas também pelo fato de estar a poucos dias da abertura da Olimpíada, um projeto que é do país, no qual o Brasil não pode passar vexame —, e já estando num momento difícil em termos de imagem no exterior.

Não sem motivos, o governador interino Francisco Dornelles acaba de decretar estado de calamidade, para fazer frente a compromissos financeiras inadiáveis no projeto olímpico e também em outros gastos.

Não se menospreza a situação dos demais estados, pois a crise é de toda a Federação, causada por erros graves da política econômica lulopetista, aplicada desde o final do segundo mandato de Lula e aprofundada na gestão Dilma.

Mas o caso fluminense é especial. Até porque a União está em dívida com o estado e a cidade do Rio, sede dos Jogos. Afinal, não cumpriu tudo o que prometera no Projeto Olímpico. Por exemplo, nos investimentos acenados para o Complexo Esportivo de Deodoro e não executados. Tiveram de ser feitos pela prefeitura.

Até por isso, é imperativo que a União não tente encaminhar uma solução uniforme para o problema das dívidas estaduais, uma crise em que há casos em diversos estágios, dos mais graves aos menos prementes.

E insiste-se: também está em questão a imagem do Brasil no mundo.