Cotidiano

União Europeia: uma a cada sete pessoas com AIDS não sabe que está infectada

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RIO – Um a cada sete portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) na União Europeia não sabe de seu estado, segundo um estudo publicado nesta terça-feira pelo bloco. Os dados foram divulgados poucos dias após um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre um recorde de transmissões no continente, correlacionado com a propagação do vírus na Rússia.

?O HIV e a AIDS seguem sendo um problema grave na Europa (…) O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Enfermidades (ECDC) estima que o fato de uma a cada sete pessoas estar infectada com HIV sem sabê-lo é particularmente preocupante. Aqueles que não sabem que estão contaminados não podem se beneficiar de um tratamento que poderá salvar suas vidas e podem seguir transmitindo o vírus a outras pessoas ?, declarou o comissário europeu de Saúde, Vytenis Andriukaitis.

O número se refere aos 28 países da União Europeia, além da Islândia, Liechtenstein e Noruega.

Quase a metade (47%) dos casos nestes países tem um diagnóstico tardio, segundo o ECDC. A média é de quatro anos para a detecção do vírus após a contaminação.

Nos 31 países, a relação sexual entre homens é o principal meio de transmissão (42% dos diagnósticos) e o único que segue crescendo regularmente. A relação heterossexual corresponde a 32% dos diagnósticos e o contato com drogas, a 4%.

Em todo o continente europeu ? compreendendo 53 países, segundo parâmetro da OMS ?, o ano de 2015 teve um novo recorde de contaminações, 153.407, frente às 142.000 do ano anterior.

A Rússia, onde a AIDS continua sendo um tema tabu, concentra quase dois terços dos casos (64%). Quase 80% das infecções foram diagnosticadas no Leste da Europa, 3% na Europa Central e 18% no Oeste do continente. A particularidade da Rússia é que, neste país, a relação heterossexual é a principal forma de contaminação.

A OMS também alertou para a alta taxa de contaminação registrada nas antigas repúblicas soviéticas: Ucrânia, Bielorrússia, Estônia, Moldávia, Letônia e Georgia.

?Apesar dos esforços importantes, o HIV segue sendo um dos principais temas de preocupação da OMS para a saúde pública na Europa, em particular, no Leste?, ressaltou a diretora regional da organização, Zsuzsanna Jakab.

Jakab ressaltou a importância que os países ponham em prática um plano de atuação para melhorar o acesso a testes e métodos de prevenção.