Cotidiano

Uma loja de 7 mil quilômetros

Elas largaram os empregos fixos, de mais de uma década de carteira assinada, e resolveram apostar em um negócio próprio. Mas, não bastava simplesmente empreender, a ideia era inovar.

E foi assim que, numa conversa entre um chimarrão e outro, as colegas de faculdade e amigas há pelo menos 12 anos, Natieli Riboli Schaefer e Patricia Marina Sanches, decidiram abrir uma loja de calçados femininos.

No início, o trabalho era informal, com poucas clientes e divulgação boca a boca. A necessidade de novos parceiros para fornecer produtos de melhor qualidade estimulou as administradoras a formalizar a empresa. Pensando nos custos, optaram por se tornarem MEIs (Microempreendedoras Individuais), e há sete meses deram o pontapé num antigo sonho.

Este sonho, porém, não é nada comum e no setor de calçados Natieli e Patricia são pioneiras em Cascavel. Isso porque a loja é móvel e foi montada dentro de uma Kombi, plotada com o nome e as cores que caracterizam a empresa. “A gente pensou muito no que e como fazer, e sabíamos que precisava ser algo diferente. O marido da Natieli deu a ideia de comprarmos uma Kombi e adaptá-la. No começo, não demos muita importância, mas com o tempo amadurecemos a ideia e hoje rodamos por todos os cantos da cidade”, conta Patricia. O investimento inicial, com a compra do veículo e sua adaptação, foi de R$ 30 mil, fora o estoque do produto.

7 mil quilômetros

De janeiro até o início deste mês, as duas empreendedoras rodaram em torno de sete mil quilômetros – uma média de mil quilômetros ao mês – e passaram praticamente por todos os bairros de Cascavel. “Aquela cliente que não tem tempo de ir até uma loja física entra em contato conosco e vamos até seu encontro”, diz Natieli.

Por ser um modelo diferente de negócio, sem gastos com aluguel e funcionários, o valor dos produtos se torna um pouco mais baixo do que praticado no comércio. Os calçados variam de R$ 60 a R$ 140, dependendo do modelo.

E o futuro?

Natieli e Patricia não pensam em abrir uma loja física, pelo contrário. A proposta, a longo prazo, é ampliar a frota e quem sabe estar presente em vários bairros da cidade ao mesmo tempo ou até mesmo expandir o modelo de negócio em outros municípios da região. Além disso, a ideia é levar a marca a feiras de calçados e confecções.

“A gente tem muito que aprender e trabalhar, mas pretendemos no futuro continuar com a loja móvel e levá-la até feiras. Para isso, precisamos melhorar o estoque, aumentá-lo, pensando sempre em fazer o negócio crescer”, afirma Patricia.