Esportes

Um sonho por outro

 

Cascavelense que é espelho no esporte e que ao mesmo tempo se espelha nos desafios da profissão mais confiável para a população brasileira, o atleta Roberto Maehler precisou tomar a difícil decisão de ter de optar entre seguir o sonho de ir a mais uma Olimpíada como canoísta do País ou seguir nos quadros da ativa do Corpo de Bombeiros do Paraná. E após quase dois anos como militar concursado e no sétimo mês de escola, a três meses da formatura, ele pediu baixa na corporação para seguir apenas um sonho: continuar sendo atleta olímpico.

“A última coisa que pensei quando fiz o concurso público foi no dinheiro. Além do sonho de ser atleta olímpico, eu sempre quis ser bombeiro. Aliás, quando iniciei a escola recebia um salário como atleta que nunca receberia sendo bombeiro. O meu sonho era representar o Corpo de Bombeiros como atleta, inclusive nas Olimpíadas, assim como vários atletas que integram as Forças Armadas, mas ao longo dos quase dois anos de carreira militar vi este sonho desmoronar, porque ao fazer parte de uma hierarquia tão forte e arraigada, nada há de se fazer quando seus planos são apenas seus; quando não fazem parte de um plano maior. Dessa forma, eu deveria fazer uma escolha”, diz Maehler, que revelou a opção durante o fim de semana.

Maehler disse ainda que tentou harmonizar os dois sonhos, mas sem sucesso. “Busquei junto aos superiores uma forma de conciliar tudo, para que continuasse na corporação e tivesse apoio para participar dos eventos esportivos, mas, infelizmente, não foi possível”, lamenta.

Sem arrependimento

Ao colocar os sonhos na balança, pesou para Maehler o fato de que no futuro terá certeza de que não se arrependeu da decisão: “O esporte guia minha vida há 19 anos, e a maior competição do planeta é e sempre será o grande objetivo de um atleta. Talvez eu não conquiste a vaga para Tokyo2020, mas terei a certeza de que fiz o meu melhor, que lutei por ela com todas as minhas forças, porque a frustração ocorreria se em 2020 eu assistisse as Olimpíadas sabendo que sequer tentei chegar lá”.