Cotidiano

Um dia dedicado às Cataratas do Iguaçu

Foz do Iguaçu – Eleita há seis anos uma das Sete Maravilhas da Natureza, as Cataratas do Iguaçu são palco neste sábado do #CataratasDay2017. O trade turístico mobilizado nos últimos dias em torno do evento espera atingir 140 milhões de pessoas por meio das mídias sociais e outras ferramentas de comunicação tradicionais.

O tema Conecte-se à natureza contempla a promoção do Ano Internacional propagado pela Organização das Nações Unidas. Outra novidade é que o morador de Foz do Iguaçu e daquela microrregião terá acesso livre às Cataratas. A cidade brasileira na fronteira com o Paraguai e a Argentina ainda tem a Itaipu como uma das Sete Maravilhas da Engenharia do Mundo Moderno.

“Um marco para a unidade de conservação”. É desta forma que o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Ivan Baptiston, refere-se às comemorações alusivas à data. “Um dia para abrir as portas do Parque Nacional do Iguaçu e festejar com a comunidade”.

Muitos moradores deverão aproveitar a oportunidade para conhecer algumas das 275 quedas existentes nas Cataratas.

O secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu, Gilmar Piolla, considera o Cataratas Day a maior ação de buzz marketing (marketing viral) já organizada por uma atração turística mundial.

O esforço em 2011 para colocar as Cataratas do Iguaçu como uma das Sete Maravilhas da Natureza no planeta teve envolvimento direto dos comitês brasileiro e argentino.

#CataratasDay

Para hoje a meta é de que todas as pessoas compartilhem fotos, vídeos e suas experiências utilizando a hashtag #CataratasDay2017. O acesso gratuito à comunidade já é tradicional. A Prefeitura de Foz do Iguaçu disponibilizará 50 ônibus para realizar o transporte até o parque em cinco diferentes pontos da cidade: no Gramadão da Vila A, Terminal de Transporte Urbano, Praça da Bíblia, Uniamérica da Avenida das Cataratas e o Parque Remador, localizado em Porto Meira.

Na programação consta um passeio de bicicleta para vislumbrar o pôr do sol dentro do Parque Nacional do Iguaçu com a presença de 500 ciclistas, além da participação de grupos da terceira idade. Para ter acesso de graça ao parque é preciso apresentar o registro de identidade e comprovante de residência.

Conjunto de 275 quedas

As Cataratas do Iguaçu são um conjunto de cerca de 275 quedas de água no Rio Iguaçu (na Bacia hidrográfica do Rio Paraná), localizada entre o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina, na fronteira entre os dois países. A área total de ambos os parques nacionais corresponde a 250 mil hectares de floresta subtropical e é considerada Patrimônio Natural da Humanidade.

O parque nacional argentino foi criado em 1934, enquanto o parque brasileiro foi inaugurado em 1939. Ambas as áreas de proteção têm o propósito de administrar e preservar o manancial de água que representa essa catarata e o conjunto do meio ambiente ao seu redor. Os parques brasileiro e argentino passaram a ser considerados Patrimônio da Humanidade em 1984 e 1986, respectivamente. Desde 2002, o Parque Nacional do Iguaçu é um dos sítios geológicos brasileiros.

Historicamente, o primeiro europeu a achar as Cataratas do Iguaçu foi o espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca, em 1541. Atualmente, é o segundo local mais visitado por estrangeiros no Brasil.

As Cataratas do Iguaçu participaram da campanha mundial de escolha das sete maravilhas naturais do mundo, organizada pela Fundação New 7 Wonders. As cataratas ficaram entre as 28 finalistas da campanha, que durou até o fim de 2011 quando foi atingido o número de 1 bilhão de votos.

Beleza que encantou Santos Dumont

Foz do Iguaçu – O Parque Nacional do Iguaçu é conhecido mundialmente por abrigar as Cataratas do Iguaçu, atrativo turístico que recebe anualmente mais de 1,5 milhão de visitantes, vindos de todas as partes do mundo.

Sua criação remonta ao início do século XX, quando o aviador brasileiro Santos Dumont conheceu as quedas, mais precisamente entre os dias 24 e 26 de abril de 1916. Antes de Dumont, o engenheiro abolicionista André Rebouças, encantado com a criação do Parque Nacional Yellowstone (EUA) em 1872, havia sugerido ao imperador Dom Pedro II, a criação de um parque resguardando as Cataratas do Iguaçu e a extinta Sete Quedas.

De acordo com os relatos da pioneira Elfrida Engel, seu pai, Frederico Engel, quando ficou sabendo que o inventor estava do outro lado da fronteira, em Puerto Iguazú, Argentina, convidou-o para se hospedar no pequeno hotel de sua propriedade, ao lado das quedas brasileiras. Dumont aceitou o convite e visitou o local ficando admirado pela beleza do cenário.

Ao saber que o local estava em mãos de um particular, em sua despedida, prometeu lutar para que a área se tornasse pública e “nela se estabelecerem uma povoação e um parque”.

Ele seguiu viagem de Foz do Iguaçu até Curitiba para falar com o então presidente Afonso Alves de Camargo.

Dumont realmente se encontrou com o presidente (cargo similar ao de governador hoje) e usou de seu prestígio para solicitar que a área se tornasse pública e de proteção das quedas, conhecida até então como Saltos Santa Maria, nome de batismo dado pelo conquistador espanhol Alvar Nunez Cabeza de Vaca, em sua passagem pela região, em 1542.

Três meses depois, por meio do Decreto 653, de 28 de julho de 1916, o Estado do Paraná declara de utilidade pública aquela área. O ato desapropriatório gerou demanda judicial e somente em 10 de julho de 1919, em decorrência de acordo entre as partes, pôde ser lavrada a escritura.

a partir de 1967 é que foram iniciados os trabalhos de levantamento fundiário e de demarcação dos limites da área tida como o Parque Nacional do Iguaçu.