Política

Um ano de aprendizado

Serginho Ribeiro é vereador. Mas também é puro “rock in roll”. Mesmo vereador, canta nos “botecos” da cidade e trabalha em uma escola particular. Conhecido também por ajudar a promover um dos maiores eventos culturais beneficentes de Cascavel, o Rocão, Serginho avalia 2017 como um ano de muito aprendizado no Legislativo, principalmente por ser presidente da Comissão de Finanças, uma das mais importantes da Casa de Leis e também por fazer parte da Comissão de Cultura.

Identidade

“Apesar de vereador, eu continuo tendo a mesma pegada. Tocando nos botecos, fazendo o Rocão, trabalhando em colégio. Eu sempre falo que mantenho algum dos meus jargões como ‘chuchu beleza’ e ‘vibe do bem’. E apesar da seriedade, ser vereador está sendo um aprendizado. Aumentou a minha responsabilidade. E eu sempre peço para que as pessoas possam participar da política. Mas não depender dela, não querer benefícios por meio dela, como muita gente procura o vereador pedindo certas coisas. E esse não é o nosso papel. Nosso papel é legislar e fiscalizar o Executivo”.

Primeiro mandato

“Já disputei outras vezes e não consegui. Esse ano foi maravilhoso, não esperava tanto avanço em tão pouco tempo. Eu me elegi e todo mundo sabe que meu prefeito não era o Paranhos. Eu apoiei o Márcio Pacheco. E quando eu fui eleito, e o Márcio não, eu disse: tudo bem, vamos trabalhar e dar voto de confiança, jamais querer atrapalhar. Eu acredito no trabalho do Paranhos. Não sou oposição nem situação, sou pelo que é certo. Se eu acho que é certo eu apoio. Se eu acho que é errado, eu voto contra”.

Causa animal

“Depois de tanto tempo que ficou parada essa causa, me surpreendeu quanto avançou em pouco tempo. Houve a liberação dos R$ 450 mil para castrações de animais, que não é muito dinheiro, mas já dá para fazer muita coisa. Anteriormente se falava em muito dinheiro, mas nunca se fazia nada. Acho que a gestão passada infelizmente não tinha vontade e só por isso a causa animal não avançou. Dessa vez, pelo menos, o executivo entendeu que é uma necessidade, uma questão de saúde pública”.

Castração é a solução?

“Acredito que seja o primeiro passo. O primeiro de muitos que virão. É o início da solução de um problema. Mas acredito também que precisamos avançar, e uma ideia é colocar um centro de castrações na cidade, para que essa ação não tenha mais fim. Com um valor especial para as clínicas fazerem a cirurgia em animais de rua. Sem atrapalhar os demais estabelecimentos. Por que o animal de rua é aquele animal que não vai ter amparo”.

Maus-tratos

“A próxima etapa é solucionar essa questão dos maus-tratos, que é crime. Temos a Guarda Patrimonial, a Guarda Municipal, agora temos a patrulha Maria da Penha. Por que não uma equipe para atender esses casos? Para estar lá quando alguém denunciar maus-tratos a um animal? Por que atualmente os protetores fazem esse trabalho em parceria com a vigilância, a polícia, mas eles sofrem ameaças, correm risco de morte. É também uma questão de segurança. E temos que também fazer um trabalho de conscientização com as pessoas, para que elas tenham responsabilidade e não abandonem seus animais”.

Tração animal

“Estamos com um projeto tramitando na casa, de autoria do presidente, que proíbe a tração animal. Acredito, sim, que o Município vai fiscalizar isso. Hoje não fiscaliza porque não tem uma lei rigorosa a respeito. Não sou a favor que a pessoa carregue o carrinho de lixo nas costas, ela também deve ter a possibilidade de ganhar seu dinheiro, mas aí precisamos dar condições de essas pessoas trabalharem. Se quem usa os cavalos cuidasse deles, mas muitas vezes o catador não tem condição de cuidar nem dele mesmo. Um carro que não tem manutenção, que você não coloca gasolina, vai parar, fundir o motor. Um cavalo que você não dá comida, não dá água, deixa trabalhar até à exaustão, é a mesma coisa. Além disso, é um risco no trânsito o tráfego de carroças, de ocorrer acidentes, sem contar na própria trafegabilidade. E já passou da hora de avançarmos nisso. Uma cidade com mais de 320 mil habitantes a gente ver ainda tração animal…não é mais tempo de charrete”.

Comissão de finanças

“A legislatura é um aprendizado e mais ainda ser presidente de uma comissão tão importante quanto à de finanças. Todo o aporte financeiro passa por nós. Claro, tem mais vereadores participando, além de uma assessoria nossa, de gabinete, muito boa, e a ajuda do Mário Galavotti [diretor legislativo]. Além disso, tem o viés político e, nisso, se eu acho que é errado eu dou meu relato contrário. Já me manifestei contra o aumento do IPTU e do lixo. Acredito que não é a hora de aumentar tributos. No lixo, se o reajuste é contratual, então vamos rever esse contrato. A empresa é que tem que se responsabilizar por pagar melhor os funcionários. E não a população arcar com isso. Se a empresa entrar na justiça porque é contratual, então vamos entrar na justiça contra a empresa também, vamos brigar. Não podemos aceitar isso. Maringá municipalizou o lixo e está gastando bem menos. Sou a favor disso em Cascavel e acredito que nós conseguimos fazer”.

Orçamento

“Preocupa sim o orçamento do Executivo para o ano que vem. Mais de R$ 1 bilhão, só que quase R$ 1 bilhão vem do governo federal e estadual, e essa grana pode não vir. E tem a questão da arrecadação própria, que a gente depende que todo mundo pague seus impostos em dia para poder arrecadar. Acredito que seja uma grande dúvida e também uma grande preocupação porque as ações do governo dependem disso”.

Comissão de Cultura

“É uma bandeira que eu defendo muito. E o prefeito colocou essa possibilidade de reforma administrativa, dobrou o orçamento da pasta de Cultura, e prevê ações mais efetivas com relação ao incentivo, principalmente, a artistas de rua. Precisamos fomentar a cultura e uma das minhas bandeiras é defender essa causa”.