Cotidiano

Um ano após morte de Aylan Kurdi, mais de 400 crianças morreram afogadas no Mediterrâneo

BERLIM ? Um ano após a morte do menino sírio Aylan Kurdi, ao menos 423 menores morreram afogados no Mediterrâneo tentando chegar à Europa, de acordo com a ONG Save The Children. Em uma entrevista emocionada à imprensa alemã, o pai de Aylan pediu aos países europeus que mantenham as portas abertas para refugiados. A foto que mostra o garoto sírio de apenas 3 anos morto em uma praia turca virou símbolo do drama migratório.

? Todo mundo queria fazer alguma coisa. A foto do meu filho morto comoveu o mundo, mas as pessoas continuam morrendo e ninguém faz nada ? afirmou o pai ao jornal alemão ?Bild?. ? O horror na Síria deve acabar.

O barco em que Aylan viajava com a família naufragou em 2 de setembro do ano passado. Sua mãe e um irmão de cinco anos também morreram no acidente.

Os números evidenciam o drama de milhares de pessoas que fogem de guerra, perseguições e miséria em busca de uma vida melhor na Europa. Mais de um milhão de refugiados chegaram ao continente europeu no ano passado e cerca de 283 mil até agora em 2016.

De acordo com a Save the Children, o número de crianças migrantes e refugiadas que chegam à Europa representa 40% das pessoas que cruzam o Mediterrâneo. O acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia não diminuiu chegadas à Grécia, e o resultado é centenas de crianças vivendo em campos superlotados, sofrendo escassez de água e serviços básicos.