Cotidiano

UE: Bancos britânicos devem manter padrão para não perder acesso

BRUXELAS – Os ministros de Finanças da União Europeia lançaram um desafio ao Reino Unido, alertando que os bancos britânicos perderão acesso ao bloco caso desviem de normas financeiras determinadas em Bruxelas. Jeroen Djisselbloem, chefe do Eurogrupo, alertou o Reino Unido contra qualquer plano para usar regulações mais frouxas ou impostos mais baixos para atrair empresas, após a saída do Reino Unido da União Europeia.

Tal medida ameaçaria as perspectivas de um acordo de comércio, afirmou a autoridade. Ele ressaltou que o Reino Unido precisa aceitar a “dura verdade” de que deve continuar a se alinhar com Bruxelas para que suas empresas possam operar no continente

? Temos ouvido ameaças de que entrarão em rebeldia e criarão um refúgio fiscal offshore ? afirmou Dijsselbloem, que também é ministro das Finanças da Holanda. ? Seria um grande erro e, certamente, um obstáculo a um acordo comercial justo que conforme a ambos.

O discurso segue uma indicação da primeira-ministra britânica, Theresa May, de que o Reino Unido está preparado para usar todos os instrumentos disponíveis a fim de atrair negócios ao país se a União Europeia não lhe oferecer um arranjo posterior à separação que seja aceitável para o governo. Em declarações em 17 de janeiro, ao expor suas prioridades para o Brexit, May disse que, ?para o Reino Unido, nenhum acordo é preferível a um mal acordo? e que o país teria mais liberdade para adotar políticas que atraiam companhias e investidores.

Autoridades da UE respoderam que tal medida prejudicaria as perspectivas de obter um acordo comercial, e alertaram que, longe de recuperar uma autonomia legislativa, o Reino Unido poderia acabar sendo obrigado a cumprir com leis cuja elaboração ele não tenha participado.

? É impensável que a UE permita instituições financeiras com sede no Reino Unido de um pleno acesso a negócios no mercado interno sem uma atrelagem sustentada pelos futuros padrões dinâmicos britânicos com o regime europeu ? afirmou Dijsselbloem. ? Ao mesmo tempo, vejo que, dada a promessa de soberania plena, está será uma verdade dura de aceitar para os britânicos.

Será necessário um período de transição para as relações entre ambas as partes após a saída do bloco para evitar um processo pertubador que pode gerar prejuízos aos dois lados, sustentou Dijsselbloem.