Cotidiano

UE assina pacto de cooperação com Cuba e espera poder pressionar por mudanças

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BRUXELAS ? Cuba e União Europeia assinaram nesta segunda-feira seu primeiro acordo de cooperação, sob a promessa de que a chegada ao poder do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não irá afetar suas relações no futuro. Além de apoiar o desenvolvimento econômico e a promoção da democracia e dos direitos humanos na ilha, o acordo servirá de base jurídica para as futuras relações entre Bruxelas e Havana. A UE espera ainda que o acordo ajude a pressionar o governo cubano por mais direitos na ilha.

– Este é um dia histórico, viramos a página. Hoje, começamos a escrever juntos um novo capítulo – afirmou a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, enquanto os principais diplomatas do bloco de 28 países e o ministro das Relaçoes Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, assinaram o documento em Bruxelas.

Mogherini disse que a UE está se aproximando mais de Cuba no momento em que a ilha passa por uma ?mudança profunda?. Autoridades do bloco dizem que o acordo dá a diplomatas e funcionários da UE o direito de abordar questões de direitos humanos diretamente com Havana e de pressionar suavemente por reformas.

Segundo Rodriguez, a prioridade será desenvolver a economia cubana, mas, ressaltou o bloqueio econômico e financeiro dos Estados Unidos como um ?obstáculo importante para as relações comerciais entre a UE e Cuba?.

– Teremos que ver como as coisas evoluem. Mas temos muita esperança de que as relações entre a União Europeia e Cuba continuem a crescer e enriquecer a ambas as partes – disse, acrescentando que os laços ?entre a UE e Cuba não passam por Washington?.

O acordo é resultado de um longo processo e, segundo Mogherini, a chegada de Trump ao poder em janeiro não vai afetar as relações o bloco e a ilha. De acordo com ela, mesmo a UE tendo manifestado sua preocupação sobre o efeito extraterritorial das sanções dos EUA a Cuba, o acordo será mantido.

– Para nós, não é apenas no interesse da ilha, mas sobretudo dos europeus tratar este tema.

Segundo o governo cubano, o custo total do embargo, imposto há 55 anos, foi de US$ 126 milhões, sendo US$ 4,6 milhões em 2015. Agora, o acordo deve ser ratificado pelos parlamentos nacionais e regionais de todos os estados-membro da UE para que entre em vigor.