Cotidiano

Turquia planeja expurgar mais 1,5 mil juízes e procuradores

201608091222465928_AP.jpg ANCARA ? Quase um mês após o golpe militar frustrado, o governo turco ainda planeja suspender mais 1,5 mil juízes e procuradores. Eles são suspeitos de manter conexões com o movimento religioso e político ligado ao clérigo Fethullah Gülen. Outros milhares de autoridades já haviam sido afastados na onda de repressão após a tentativa de tomar o poder do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. turquia0908

Segundo a imprensa local, a ordem para as novas suspensões vem sido mantida em caráter confidencial. Os funcionários poderão sofrer procedimentos disciplinares. Desde a noite em que os militares anunciaram a tentativa de tomar o poder, mais de 60 mil soldados, policiais, juízes, funcionários públicos e professores, foram suspensos, detidos ou colocados sob investigação.

Além disso, um total de 2.560 funcionários foram suspensos do órgão que cuida das questões religiosas na Turquia ? elevando o número de afastamentos no gabinete a 3.672 desde o golpe frustrado. O governo turco afirma que estes indivíduos tinham conexões suspeitas com os Estados Unidos, país onde Gülen está exilado.

Enquanto ensaia reaproximação com Moscou, Ancara se isola ainda mais de Washington. Ontem, a Turquia ameaçou veladamente os EUA por se recusarem a entregar Gülen (o governo de Barack Obama disse esperar ter provas de relação dele com o motim).

? Se Gülen não for extraditado, os EUA sacrificarão as relações por culpa deste terrorista ? disse o ministro da Justiça, Bekir Bozdag.

Em outro conflito com o Ocidente, Erdogan tem defendido a volta da pena de morte e acusa a Europa de ser ?conivente com o terror?. O país tem advertido ainda que suspenderá seu bilionário acordo migratório com a UE se o bloco não isentar os turcos de vistos de entrada.