Cotidiano

?Turquia está mais unida e pacífica?, diz embaixador no Brasil após tentativa de golpe

SÃO PAULO – O embaixador turco no Brasil, Hüseyin Diriöz, afirmou nesta segunda-feira que o país está de volta a sua normalidade após a tentativa frustrada de golpe ocorrida no último dia 15 de julho. O governo turco atribui a investida contra o presidente Recep Tayyip Erdogan ao clérigo Fetullah Gülen, líder do movimento Hizmet. Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos, nega qualquer envolvimento.

– Tudo está de volta ao normal. A Turquia está mais unida e mais pacífica do que antes. A tentativa de golpe é algo que nunca havia acontecido na Turquia, mas também não há precedentes sobre a forma como os civis resistiram a isso – disse o embaixador em coletiva de imprensa realizada nesta manhã no Consulado-Geral da Turquia em São Paulo.

Questionado sobre o expurgo promovido pelo presidente a funcionários do governo e jornalistas, Diriöz afirmou que o país ?está tentando proteger sua democracia? e que apenas foram presos ou afastados pessoas suspeitas de envolvimento com o golpe.

– Só foram tomadas medidas contra aqueles ligados ao movimento, os demais continuam funcionando normalmente. A imprensa de oposição continua aberta. Não é uma tentativa de silenciá-los – argumentou.

O embaixador salientou que há ?uma hierarquização? para diferenciar aqueles que são apenas simpatizantes do movimento Hizmet daqueles que se infiltraram nas instituições para orquestrar o golpe.

Diriöz também falou a respeito dos ataques frequentes no sul da Turquia e disse que o PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) a quem o governo atribuiu recentes ações militares é uma ?ameaça terrorista? tão perigosa quanto o Estado Islâmico.

Na semana passada, três atentados a bomba deixaram ao menos 14 mortos e mais de 200 feridos em cidades do sul da Turquia. O governo atribuiu os ataques ao PKK.

Já no último sábado, um ataque a bomba em um casamento em Gaziantep matou ao menos 54 pessoas, sendo 22 crianças. O governo turco atribuiu o ataque ao Estado Islâmico e reforçou o policiamento na fronteira com a Síria. Este é o ataque a bomba com maior número de vítimas fatais durante este ano no país.