Cotidiano

Turistas e cubanos se divertem juntos, em Havana

HAVANA – Cada vez mais aberta ao turismo, Cuba luta para preservar a identidade e o charme nesta transição, sem perder a chance de se modernizar. Não é tarefa fácil. Nas artes e no entretenimento, contudo, já há um caminho aberto: a Fábrica de Artes Cubana, a FAC — que funciona em Vedado, no prédio de uma antiga fábrica de óleo de cozinha — foi toda repaginada e recebe, ao mesmo tempo, eventos de música, artes plásticas, literatura, cinema, dança, desenho gráfico, fotografia, teatro, decoração, moda e arquitetura.

Shows de rock acontecem ao lado de uma exposição do fotógrafo argentino Enrique Rottenberg, que tem um ateliê no local. Ali estão vários de seus trabalhos da “Utopia”, série que retrata o nu de mulheres de diferentes idades. A FAC conta com diversos bares, sendo que os drinques mais elaborados ficam no localizado junto à sala de cinema. Anéis, pulseiras e brincos artesanais podem ser comprados enquanto se espera por um desfile de moda.

A clientela está dividida entre turistas e cubanos, algo bem raro na terra de Fidel, onde esses dois públicos não costumam estar juntos no mesmo espetáculo. Neste mix cultural, entretanto, e apesar da desvantagem financeira, os locais têm prioridade: há duas filas, uma para cada grupo, e a dos cubanos anda mais rapidamente. Em sua inauguração, o centro provocou uma certa polêmica, já que o país não está acostumado a pagar por cultura. Mas nesse caso é diferente, porque o espaço é fruto de parceria entre o governo e um coletivo de artistas. A entrada sai a 5 CUCs, o mesmo que € 5 (R$ 20).

O centro de artes e diversão funciona de quinta a domingo, das 20h às 3h. Como os administradores controlam a lotação, o ideal é chegar cedo, até 21h. Para quem quiser experimentar a gastronomia cubana, o badalado restaurante El Cocinero fica ali do lado.