Cotidiano

Tunísia prende três pessoas ligadas a terrorista de Berlim

Supeito atentado Berlim.jpg TÚNIS ? Autoridades da Tunísia prenderam neste sábado três pessoas ligadas a Anis Amri, acusado de ser o terrorista responsável pelo atentado que matou 12 pessoas em Berlim. O seu sobrinho é um dos detidos. A famílai do jovem de 24 anos, que morava na Europa desde 2011, no entanto, disse que ele não mantinha contato regular com os seus parentes, que até hoje vivem na Tunísia. Amri foi morto na madrugada de sexta-feira durante uma patrulha policial em Milão, depois de ter fugido da Alemanha em circunstâncias ainda não esclarecidas ? sabe-se apenas que, durante a viagem, ele passou pela França e pela cidade italiana de Turim até chegar a Milão. berlim

Enquanto isso, na Itália, autoridades do país procuram eventuais cúmplices de Anis Amri. A suspeita é que ele tenha viajado da Alemanha até a cidade italiana para encontrar aliados que pudessem abrigá-lo, enquanto forças de segurança o procuravam por toda a Europa. Após a morte do acusado, os italianos se perguntam o que ele estaria fazendo ali e o que este episódio pode representar para a segurança da Itália.

Agora, agências de segurança da Itália começaram a investigar a sua movimentação na sua viagem de trem ? que começou na Alemanha, passou pela França e terminou em Milão. Antes disso, apenas algumas horas depois do atentado, ele foi filmado em uma mesquita de Berlim. Mas ainda não está claro como ele conseguiu chegar até a França, onde embarcou no primeiro trem, sem ser reconhecido ou preso por autoridades no caminho. Passagens encontradas no seu bolso deverão ajudar a polícia a encontrar respostas para as perguntas que permanecem.ITALY-MILAN-FEATURES-GTE324U79.1.jpg

VÍNCULOS COM A ITÁLIA

Amri já tinha passado por uma experiência que mudou a sua vida na Itália. Na Sicília, ao Sul do país, ele ficou preso por quase quatro anos. Passou por seis prisões neste período, uma vez que o seu mau comportamento dentro da cela fazia com que autoridades decidissem por transferi-lo com frequência. Ele muitas vezes, segundo autoridades, provocava seus companheiros de cela ou tentava começar rebeliões. E a sua família, incluindo dois dos seus irmãos, disse acreditar que foi justamente neste período que ele se radicalizou.

O tunisiano foi morto ao lado da estação ferroviária de Sesto San Giovanni, um distrito nos arredores de Milão que tem uma grande população muçulamana. Em sua maioria, os imigrantes vêm do Norte da África. O chefe da polícia de Milão, Antonio De Iesu, no entanto, assegurou à imprensa que Anis Amri não tinha ligação com a mesquita de Sesto.

A estação ferroviária onde a polícia interpelou Amri na sexta-feira às 03 h é também um terminal de metrô e importante plataforma de ônibus por onde transitam inúmeros estrangeiros diariamente.

? Aqui sou controlado todos os dias pela polícia, quando saio do ônibus ? relatou Aziz, um jovem trabalhador marroquino da região ? À noite, o lugar é deserto, o que pode explicar o fato de uma pessoa sozinha ter chamado a atenção de uma patrulha.

A cidade italiana de Milão já esteve relacionada à atividade terrorista no passado recente. Em abril, quatro pessoas foram presas por planejarem ataque contra o Vaticano e a embaixada israelense em Roma. Dois dos principais suspeitos teriam recebido instruções do Estado Islâmico (EI).

Enquanto isso, na Alemanha, as autoridades também procuram eventuais cúmplices de Amri em Berlim. O nível de ameaça terrorista continua alto no país, alertou na sexta-feir a chanceler federal alemã, Angela Merkel.