Cotidiano

TSE vai priorizar julgamento de recursos de quem tem voto para ganhar eleição

BRASÍLIA ? O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai priorizar a partir desta semana o julgamento de recursos de candidatos a prefeito que tiveram seus pedidos de registro negados, mas obtiveram votos suficientes para vencer a disputa, ou para avançar ao segundo turno. Em muitos municípios, o resultado da votação só será conhecido depois desses julgamentos. Hoje, 1,8% dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador que apareceriam nas urnas de todo o país neste domingo ainda não tinham o registro definitivo da Justiça Eleitoral.

? O Tribunal Superior Eleitoral irá, provavelmente, priorizar o julgamento dos recursos cuja análise tenha impacto no resultado das eleições, para que até a data da diplomação todas as situações estejam definidas ? disse o ministro Henrique Neves, um dos integrantes do TSE.

Dos 473.849 candidatos aos cargos das eleições municipais, 8.440 tiveram o registro negado, mas recorreram. Eles podem ser eleitos, mas ficariam impedidos de tomar posse, se a Justiça Eleitoral negar o registro em julgamento final. Do total de recursos ainda pendentes de julgamento, 327 aguardam decisão do TSE. Os outros estão em tribunais de todo o país, mas devem chegar até a mais alta corte eleitoral por meio de recursos.

No resultado da votação, que deverá ser divulgado ainda neste domingo, quem não obteve o registro na Justiça Eleitoral aparecerá com o nome seguido do número zero. O número de votos obtidos será divulgado, mas não será oficialmente computado no nome do candidato por enquanto. Os votos só serão contabilizados se o registro for deferido. Caso contrário, o candidato continuará com zero voto. A Justiça Eleitoral tem até 19 de dezembro para analisar todos os casos. Isso porque, para ser diplomado no cargo, o candidato vitorioso precisa ter o registro regular.

Segundo ministros do TSE, muitos candidatos ficaram com a situação indefinida neste ano porque o tempo da campanha diminuiu, por determinação da minirreforma eleitoral. Nas eleições anteriores, a campanha começava no início de julho. Neste ano, as candidaturas foram apresentadas apenas em meados de agosto. Por isso, a Justiça Eleitoral teve pouco tempo para analisar todos os registros dos candidatos.