Cotidiano

Trump teria burlado embargo a Cuba ao fingir caridade para fazer negócios

WASHINGTON – Uma reportagem da “Newsweek” joga luz sobre uma possível violação de Donald Trump ao embargo imposto sobre Cuba ainda nos anos 1990. De acordo com a revista, a equipe do magnata e hoje candidato republicano à Casa Branca gastou US$ 68 mil na ilha procurando parcerias e fazendo seu trabalho se passar por caridade. A campanha da rival democrata, Hillary Clinton, acusou-o de agir contra o próprio país.

Segundo a “Newsweek”, executivos do conglomerado de Trump gastaram, em 1998, US$ 68 mil com despesas da Trump Hotels & Casino Resorts enquanto buscavam parcerias de comércio na ilha. A intenção era concretizar negócios caso os EUA afrouxassem à época o peso do embargo sobre a economia cubana, retirando algumas restrições de transações, contou à revista um dos executivos que participaram da sondagem.

À época, prevalecia uma versão rígida do bloqueio financeiro, que proibia viagens com fins comerciais a Cuba. No entanto, a reportagem mostra que a empresa canalizou os gastos através de uma firma de consultoria ? Seven Arrows Investment and Development Corp ?, com conhecimento de Trump, citando que o trabalho era tratado como obra de caridade (o que evitaria sanções).

“Trump parece ter transgredido a lei e atuado contra os interesses de nosso país, tudo para poder encher seu próprio bolso”, escreveu Hillary em sua conta do Twitter, com o link do artigo no site da Newsweek.

Diante de perguntas sobre o caso, a chefe de campanha de Trump, Kellyanne Conway, quase admitiu que o embargo foi violado.

“Pelo o que entendo da reportagem, eles pagaram em dinheiro em 1998”, disse à emissora ABC. Entretanto, Trump finalmente “decidiu não investir lá”, acrescentou, pois o magnata “manteve uma postura muito crítica” sobre Cuba e o governo castrista.

Os assuntos do republicano em Cuba podem ter efeito no voto do importante estado da Flórida, onde vivem mais de um milhão de cubanos-americanos. O senador republicano pela Flórida e ex-candidato à Presidência, Marco Rubio, cujos pais saíram de Cuba, se mostrou “muito preocupado” com a reportagem.

? Espero que a campanha de Trump se adiante e responda algumas perguntas sobre isso”, disse Rubio à rede ABC. ? Foi uma violação da lei americana, se isso realmente aconteceu assim.