Cotidiano

Trump sugere que pode frear liberação de presos de Guantánamo

WASHINGTON ? A cerca de duas semanas de assumir a chefia da Casa Branca, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a liberação de presos de Guantánamo deverá ser freada. O republicano escreveu em seu Twitter que os 59 detentos que ainda restam na prisão são pessoas muito perigosas, que não deveriam receber permissão para voltar aos campos de batalha. A declaração vai contra a política de desmantelamento da prisão na base americana em Cuba adotada pelo atual presidente Barack Obama. Centenas de presos foram retirados de Guantánamo, e em muitos casos transferidos para outras prisões, gradativamente durante seu governo.

?Não deveria haver mais liberações de Guantánamo?, escreveu Trump. ?São pessoas extremamente perigosas e não se deveria permitir que eles regressem ao campo de batalha?.

Em dezembro, o Pentágono declarou que 23 das 59 pessoas ainda presas em Guantánamo poderiam ser transferidas a outras prisões. Segundo o ?The New York Times?, fontes do governo americano haviam expressado a intenção de solicitar a transferência dos presos para os países que haviam aceitado acolhê-los: Itália, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes. No entanto, não se sabe ainda se a Casa Branca efetivamente deu início aos trâmites necessários para garantir a saída dos presos de Guantánamo a tempo do fim do mandato de Obama.

Guantánamo mantinha 250 prisioneiros quando Obama chegou à Presidência em 2008. Oito anos mais tarde, o número de detidos é de 59. Durante seus dois mandatos, desmobilizou grande parte da cadeia ? marcada por abrigar acusados de terrorismo, muitos sem indiciamento, e sob críticas por suposta tortura ?, mas não conseguiu fechá-la.

Obama esperava fechar a prisão durante o seu primeiro ano de mandato. Em fevereiro, ele lançou um plano destinado a fechá-la, mas foi contestado por muitos legisladores republicanos e alguns de seus colegas democratas.

Os EUA abriram o centro de detenção de Guantánamo em 2002, um ano após os ataques de 11 de Setembro por militantes islâmicos em Nova York e Washington, para deter suspeitos de terrorismo estrangeiros. A maioria foi detida sem acusação ou julgamento durante mais de uma década, o que levou à condenação por parte da comunidade internacional.