Cotidiano

Trump sugere que donos de armas podem deter Hillary Clinton

201608091644187146_AP.jpg WILMINGTON, EUA ? O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira que “as pessoas da Segunda Emenda” – os donos de armas – poderiam impedir que Hillary Clinton chegue à Presidência dos Estados Unidos e escolha novos juízes da Suprema Corte. Não ficou claro a princípio o que o magnata quis dizer com estas declarações, que tiveram repercussão imediata na imprensa e nas redes sociais. Muitos expressaram sua preocupação de que Trump estivesse defendendo, de brincadeira ou não, que Hillary ou os juízes pudessem ser baleados.

? Hillary quer, essencialmente, abolir a Segunda Emenda ? disse o republicano durante um comício em alusão à cláusula da Constituição americana que resguarda o direito dos americanos de portar armas. ? Se ela escolher seus juízes, vocês não poderão fazer nada, gente. Embora as pessoas da Segunda Emenda ? talvez possam fazer, eu não sei.

As declarações foram rapidamente alvo de repúdio por líderes políticos e internautas. Dentre eles, está o representante democrata David Cicilline, que reproduziu em tom crítico as imagens da fala de Trump.

“Neste trecho, Trump está ou convocando uma revolta armada ou o assassinato de sua adversária. Desprezível”, escreveu Cicilline em seu Twitter. trumparmas

O senador democrata Chris Murphy, de Connecticut, também deu uma dura resposta aos comentários de Trump.

“@realDonaldTrump sugeriu aos seus apoiadores que atirem em Hillary? Que atirem em sua indicada? Quem sabe. É tudo tão nojento, embaraçoso e triste”, escreveu Murphy. “Isto não é brincadeira. Pessoas instáveis com armas poderosas e um ódio doentio por Hillary estão ouvindo, @realDonaldTrump”.

O comitê de campanha do republicano rapidamente divulgou seu próprio comunicado para esclarecer as impetuosas declarações do magnata. A nota chama a imprensa de desonesta e explica que Trump se referiu aos defensores das armas como uma poderosa força eleitoral.

? Chama-se o poder da unificação. As pessoas da Segunda Emenda têm um espírito incrível e são tremendamente unidas, o que lhes dá grande poder político ? afirmou o conselheiro sênior de comunicação da campanha de Trump, Jason Miller. ?E, este ano, eles vão votar em números recorde e não será em Hillary Clinton, será em Donald Trump.

Mas o gerente da campanha de Hillary, Robby Mook, criticou Trump por usar um linguajar perigoso.Trump tem atacado reiteradamente sua oponente, a quem acusa de querer abolir o direito dos americanos de portar armas.

? Uma pessoa que quer ser presidente dos Estados Unidos não deveria sugerir violência de forma alguma ? disse Mook.

Hillary tem reforçado que quer impor limites mais estritos à venda de armas para evitar o seu acesso por criminosos, pessoas com distúrbios mentais ou aqueles que constam de listas de suspeitos de terrorismo. Este é um já antigo debate no país que divide o espectro político americano.