Cotidiano

Trump promete 'ser mais duro' em debates sobre escândalos dos Clinton

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WASHINGTON ? Amplamente criticado após um mostrar um temperamento considerado instável no primeiro debate com a democrata Hillary Clinton, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, disse que “baterá mais duro” na rival. Em declarações à rede Fox News, ele disse estar satisfeito com o confronto, mas reclamou que o moderador Lester Holt não insistiu nos “escândalos” da democrata ? em referência às polêmicas sobre o uso imprudente de seus e-mails durante a gestão do Departamento de Estado, assim como o ataque à embaixada americana na Líbia.

O republicano sugeriu que poderá trazer à tona o tumultuado passado sexual do ex-presidente Bill Clinton no próximo debate. Hillary e Trump

? Poderia atacá-la mais duramente em certas maneiras. Realmente fui menos duro, porque não queria ferir os sentimentos de ninguém ? disse, citando a filha do casal, Chelsea, que estava na plateia. ? Não acho que teria valido a pena.

No debate realizado no auditório da Universidade Hofstra, perto de Nova York, Hillary criticou a idoneidade de Trump para ser presidente, afirmando que o empresário lançou sua campanha sobre a “mentira racista” de que o presidente Barack Obama não é um cidadão americano.

? Você vive em sua própria realidade ? disse a ex-senadora, tentando projetar uma imagem de seriedade e de experiência.

Já Trump se mostrou como um “outsider”, apelando para o cansaço da classe trabalhadora com os políticos tradicionais.

? Hillary tem experiência, mas é ruim, experiência ruim ? disse o milionário, acusando-a de provocar um “caos completo” no Oriente Médio durante sua atuação como secretária de Estado. ? Pura conversa, zero ação. Soa bem, não funciona.

O debate também foi eloquente nos temas que passaram inadvertidos, como imigração, ou mudanças climáticas.

No encontro, Hillary não citou o muro fronteiriço de Trump, ou seu plano para deportar 11 milhões de imigrantes ilegais, e o republicano não criticou a ex-primeira-dama por ter chamado de “deploráveis” a metade de seus seguidores, nem pela polêmica sobre a Fundação Clinton.

Os principais veículos de comunicação americanos pareceram se inclinar pela candidata democrata.

“Interrompendo, gritando (…) e lançando suas advertências de que emprego, terrorismo, Nafta (acordo comercial da América do Norte), China e tudo é terrível, Trump disse muito”, afirmou o “New York Times”. “Mas dificilmente ele poderia (dizer muito) contra uma oponente que tinha maior equilíbrio e estava mais preparada do que qualquer um dos republicanos que enfrentou nas primárias”.

O “Washington Post” considerou que Trump “cinicamente ou por ignorância vende uma visão distorcida da realidade”, enquanto Hillary é uma “política imperfeita, mas conhecedora, segura e moderada”.