Cotidiano

Trump fala em primeira entrevista coletiva após eleição a presidente dos EUA

NOVA YORK ? O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, realiza nesta quarta-feira a sua primeira entrevista coletiva após ter vencido as eleições de novembro. O republicano fica frente a frente a repórteres para responder sobre assuntos um tanto quanto polêmicos que deverão permear o seu mandato, que deverá começar em nove dias. Dentre os principais temas esperados, estão as suspeitas de que a Rússia tenha influenciado a corrida eleitoral com ciberataques aos democratas e, ainda, o planto do magnata para se desvincular dos seus empreendimentos bilionários enquanto ocupar o cargo de chefe da Casa Branca.

Os principais assessores de Trump já apareciam no palco antes do magnata. Dentre eles, incluem-se a sua porta-voz Kellyanne Connway; seu genro e assessor Jared Kushner. e, ainda, seu outro importante assessor de campanha Steve Bannon. Inicialmente, Trump havia anunciado a entrevista coletiva para 15 de dezembro. A sua equipe de campanha prometeu que ele falaria neste dia dos seus próximos passos nas organizações Trump enquanto se preparava para assumir a Presidência. No entanto, o evento foi remarcado no início daquele mesmo mês para esta quarta-feira na Trump Tower.

A entrevista vem em um momento especialmente sensível para o republicano, depois de uma longa e intensa campanha presidencial recheada de controvérsias. Na terça-feira, o Buzzfeed vazou um relatório ? supostamente secreto e escrito por um ex-agente britânico ? com supostas revelações constrangedoras sobre o republicano Donald Trump. O relatório não teve sua veracidade comprovada oficialmente, mas gerou uma forte polêmica após ser divulgado por toda a imprensa americana.

Dentre as alegações no documento, estão supostas atividades sexuais do magnata nova-iorquino e detalhes sobre a sua relação com as autoridades russas antes mesmo de ser eleito presidente dos Estados Unidos. O relatório fala na existência de um vídeo de caráter sexual filmado clandestinamente pelos serviços russos durante uma visita do magnata a Moscou em 2013. A gravação, cuja existência não foi confirmada oficialmente, mostraria Trump com prostitutas em hotéis da capital russa.

O documento teria sido escrito por um ex-agente britânico, considerado confiável pelos serviços de Inteligência dos Estados Unidos. As informações aludem também a supostas trocas de informações durante vários anos entre Trump e o Kremlin. Logo após a divulgação do material, a Rússia negou ter informações comprometedoras sobre Trump e classificou as alegações como ?falsas? e um ?absurdo total?.

A CNN divulgou a informação primeiro, citando fontes oficiais com conhecimento direto do documento. Já o Buzzfeed afirmou que o relatório tem circulado entre funcionários do governo, agentes de inteligência e jornalistas há semanas e que as informações não são verificadas. O site também divulgou uma cópia do relatório.

A equipe do BuzzFeed News nos EUA e na Europa vem investigando vários fatos citados no dossiê, mas não conseguiu confirmá-los ou desmenti-los. Segundo o BuzzFeed, o relatório inclui erros, como grafar equivocadamente o nome da empresa Alfa Group, usando ?Alpha Group?. A CNN afirmou na terça-feira que um resumo de duas páginas do relatório foi entregue ao presidente Barack Obama e a Trump.

Em reação ao vazamento, Trump escreveu uma enxurrada de mensagens de revolta nesta quarta-feira em seu Twitter. O republicano disse que estas eram notícias falsas e denunciou novamente estar sofrendo uma ?caça às bruxas?.

?As agências de Inteligência nunca deveriam ter permitido que estas notícias falsas ?vazassem? ao público. Mais um último tiro em mim. Estamos vivendo na Alemanha nazista??, escreveu. ?Eu venci uma eleição facilmente, existe um grande movimento e oponentes desonestos tentam minimizar a nossa vitória com notícias falsas. Um estado lamentável!?.

Por sua vez, o presidente em fim de mandato, Barack Obama, disse à rede NBC que “não comenta informações sigilosas”.