Cotidiano

Trump desafia Rússia a encontrar e-mails que Hillary não entregou ao FBI

WASHINGTON ? O republicano Donald Trump instou nesta quarta-feira a Rússia a encontrar e divulgar milhares de e-mails de Hillary Clinton. A ex-secretária de Estado não entregou mensagens de caráter privado aos funcionários que investigaram o uso do seu servidor pessoal para trocar e-mails de assuntos do governo americano. A declaração veio após as sugestões de especialistas de que Moscou estaria envolvida no recente vazamento de conversas entre democratas.

? Rússia, se vocês estão escutando, espero que possam encontrar os 30 mil emails perdidos ? disse o magnata, rival de Hillary na disputa pela Presidência dos EUA, a jornalistas.

Hillary na terça-feira conquistou oficialmente a candidatura democrata e deverá aceitar a indicação em um discurso na quinta-feira durante a convenção do partido. Recentemente, a ex-primeira-dama foi absolvida na investigação sobre a sua conduta enquanto ex-secretária de Estado, porque utilizou seu servidor pessoal para enviar e-mails de assuntos do governo entre 2009 e 2013.

Embora o FBI não tenha encontrado evidências para formar acusações contra Hillary, o caso foi um contratempo para a democrata durante a corrida presidencial. O diretor do serviço de inteligência disse que ela foi extremamente descuidada na hora de lidar com informaões confidenciais.

Em resposta, a campanha de Hillary disse que os comentários de Trump devem ser tratados como uma questão de segurança nacional.

? Esta é a primeira vez que um candidato presidencial ativamente encoraja uma potência estrangeira a espionar seu oponente político ? disse o assessor de Hillary, Jake Sullivan. ? Isto deixou de ser um tema de curiosidade e de política para ser uma questão de segurança nacional.

Trump ainda afastou as sugestões de que a Rússia pudesse estar por trás do vazamento dos emails que provocaram na semana passada um escândalo no Partido Democrata. Especialistas e funcionários do governo americano afirmam que há evidências da participação russa na divulgação das mensagens para influenciar na eleição presidencial dos EUA.

? É tão inverossímil, tão ridículo ? declarou Trump, sugerindo que a China ou outro elemento externo poderia estar envolvido no caso.

As mensagens evidenciam que a direção da legenda discutiu estratégias para favorecer a candidatura de Hillary contra a do senador Bernie Sanders nas eleições de novembro. O caso levou a presidente do Partido Democrata, a legisladora Debbie Wasserman Schultz, a renunciar ao cargo no domingo.

Em comunicado, o companheiro de chapa de Trump, Mike Pence, mostrou uma postura mais séria. Ele afirmou que o FBI investigará o assunto a fundo.

?Se a Rússia estiver interferindo em nossas eleições, posso assegurar que ambos os partidos e o governo dos EUA garantirão sérias consequências?, afirmou o governador.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rechaçou as acusações de que Moscou estaria por trás do vazamento das conversas de democratas.