Trump WASHINGTION – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou no Twitter neste sábado um proeminente legislador e ícone de defesa dos direitos civis que disse que não comparecerá à cerimônia de posse por considerar ilegítima a eleição do republicano. “O congressista John Lewis deveria dedicar mais tempo a arrumar e ajudar seu distrito, que está em uma situação horrível e caindo aos pedaços (sem falar que está infestado pelo crime), em vez de reclamar falsamente sobre os resultados da eleição”, publicou Trump no Twitter.”Todos falam, falam, falam – sem ações nem resultados. Triste!”
Lewis, que representa um distrito no estado da Geórgia (sul) que inclui Atlanta e seus subúrbios, se tornou na sexta-feira o legislador democrata de mais alto perfil a boicotar a posse de Trump.
Pelo menos oito representantes democratas declararam publicamente que não comparecerão à cerimônia de posse de Trump no Capitólio, na próxima sexta-feira.
– Não vejo este presidente eleito como um presidente legítimo – disse Lewis no programa “Meet the Press”, da NBC, em uma entrevista que irá ao ar no domingo.
– Acredito que os russos participaram ajudando este homem a ser eleito. E ajudaram a destruir a candidatura de Hillary Clinton – disse, acrescentando que esta será a primeira vez que ele vai perder a cerimônia de posse presidencial desde que se tornou membro do Congresso, em 1987.
Agências de inteligência americanas acusaram a Rússia de fazer ciberataques ao Comitê Nacional Democrata e de divulgar emails hackeados de assessores seniores de Hillary para tentar influenciar as eleições dos Estados Unidos.
Lewis, de 76 anos, é conhecido pelas suas décadas de trabalho em movimentos de defensa dos direitos civis. Ele marchou com Martin Luther King em 1963 em Washington, quando o líder fez o famoso discurso de “Eu tenho um sonho”, e em 1965 participou da marcha em Selma, no Alabama, que ficou conhecida como “Domingo Sangrento”.