Cotidiano

Trump apresenta planos sobre política externa e combate ao EI

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JERSEY CITY, EUA ? O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, delinea nesta segunda-feira seu plano para a política externa e o combate ao Estado Islâmico (EI). Em um discurso em Ohio, Trump voltou a responsabilizar o presidente americano, Barack Obama, e a ex-secretária de Estado e atual candidata democrata, Hillary Clinton, pelo avanço do Estado Islâmico no Oriente Médio. Espera-se que o magnata anuncie uma proposta para o fim da ?política de construir nações?, trocando-a por um ?realismo nas relações exteriores?, focado na destruição de organizações extremistas. Comparando a luta ideológica contra o Islã radical com a Guerra Fria, ele deverá dizer que qualquer país que queira trabalhar com os Estados Unidos para derrotar o terrorismo islâmico será um aliado, independente de diferenças ideológicas e estratégicas.

No início da sua fala, Trump relembrou uma série de ataques terroristas que atingiram os Estados Unidos e a Europa nos últimos meses. O magnata ressaltou o massacre que matou dezenas de pessoas na boate Pulse, em Orlando ? um atentado especificamente contra a comunidade LGBT.

? Não podemos deixar este mal continuar. Não podemos deixar a ideologia cruel do radicalismo islâmico se espalhar dentro dos nossos proprios países ? afirmou, novamente criticando Obama por não usar a expressão ?radicalismo islâmico? ? Mas não faremos isso com olhos fechados e em silêncio. Qualquer um que não enuncia as palavras não tem a clareza moral para servir como nosso presidente.

É esperado também que o magnata apresente uma nova proposta para a imigração, na qual os Estados Unidos parariam de emitir vistos em casos que não puderem ser adequadamente avaliados. Esta será a versão mais recente de uma política que começou com o apelo sem precedentes de Trump para barrar temporariamente a entrada de muçulmanos estrangeiros no país ? uma medida que foi fortemente criticada até por republicanos.

? O discurso de Trump vai explicar que, enquanto não podemos escolher nossos amigos, devemos sempre reconhecer os nossos inimigos ? afirmou o assessor de política de Trump, Stephen Miller.

Segundo seus assessores, o candidato também deve propor a criação de um novo exame ideológico para a admissão no país, que irá avaliar as posições de um candidato sobre questões como liberdade religiosa, igualdade de gênero e direitos dos homossexuais. Através de questionários, pesquisas em redes sociais, entrevistas com amigos e familiares ou outros meios, os requerentes seriam avaliados para ver se suportam valores americanos como tolerância e pluralismo.

Seu discurso acontece num momento em que Hillary criticou o chefe de campanha do seu rival por vínculos com o Kremlin. O ?The New York Times? publicou no domingo à noite que Paul Manafort recebeu US$ 12,7 milhões do ex-presidente ucraniano pró-Rússia por trabalhos de consultoria durante cinco anos. Manafort nega.