Cotidiano

Trump apelou ao FBI para tentar negar laços com Rússia, dizem funcionários

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WASHINGTON – O FBI rejeitou apelos da Casa Branca para deslegitimar matérias da imprensa sobre laços da campanha de Donald Trump com o governo da Rússia, segundo funcionários de Inteligência e segurança. De acordo com as fontes da CNN, a Casa Branca tentou obter ajuda da polícia federal e de outras agências para dizer que os relatos de contatos indevidos de pessoas ligadas a Trump com os russos eram falsos. trump putin

Após o vazamento de relatos no “New York Times” e na CNN que deram conta de que aliados de Trump como os ex-assessores Michael Flynn, Roger Stone e Paul Manafort mantiveram conversas secretas com funcionários do governo russo e de sua diplomacia, funcionários se dirigiram ao FBI.

Segundo fontes da CNN, os contatos para tentar derrubar os aparente fatos apresentados pelos veículos da imprensa americana começaram entre o chefe de Gabinete da Casa Branca, Reince Priebus, e o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe. Questionado, um funcionário do governo rebateu sob anonimato a versão, dizendo que McCabe ligou para Priebus dizendo que as matérias apenas repetiam os relatos obtidos pelo FBI.

Já o diretor James Comey rejeitou um pedido para comentar as matérias, de acordo com as fontes da CNN, porque o próprio FBI tem ciência das supostas conversas de aliados de Trump com o governo russo.

A suposta ação da Casa Branca acionando o FBI é inusitada, uma vez que em 2007 e 2009 foram impostas restrições a contatos políticos entre a polícia federal e o governo.

Há uma semana, Putin defendeu a restauração dos laços entre os serviços de Inteligência e segurança de EUA e Rússia.

Putin quer restaurar diálogo entre serviços russos e americanos

LAÇOS COM RUSSOS DERRUBARAM ASSESSOR

Trump acusou os serviços de Inteligência de fornecer ilegalmente informações falsas à imprensa americana. As declarações no Twitter vêm após o “New York Times” ter relatado que a equipe de campanha do republicano conversou repetidamente por telefone com autoridades russas no ano anterior às eleições. O jornal ouviu quatro fontes que trabalham ou já trabalharam no governo americano, que confirmaram as informações e aumentaram as dúvidas sobre a misteriosa relação do novo presidente e a Rússia. Foram citados nominalmente Flynn, o ex-conselheiro Roger Stone, o ex-diretor de campanha Paul Manafort e o consultor de política externa Carter Page.

Vazamentos fizeram Flynn se demitir do cargo de Conselheiro de Segurança Nacional por contatos inadequados com Moscou. Ele teria mentido para o vice Mike Pence sobre o fato de que discutiu aliviar sanções ao Kremlin com o embaixador russo. Conselheiro de Segurança de Trump renuncia

Recentemente, a CIA afirmou ter evidências de que os russos tivessem realizado ciberataques contra os democratas para influenciar as eleições americanas e favorecer o republicano. Em reação, Trump chamou o relatório do órgão de ridículo e negou que tivesse relações especiais com a Rússia.

Segundo a matéria do “NYT”, chamaram a atenção da Inteligência os frequentes contatos entre a chapa republicana e os russos ? sobretudo porque, enquanto isso, Trump repetidamente elogiava o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em sua campanha. Em um dos seus comícios, chegou a dizer que esperava que a Inteligência russa tivesse roubado os e-mails da sua então rival, Hillary Clinton, e os tornasse públicos.

À época, o Kremlin disse que os relatos da imprensa não são baseados em fatos concretos. Em uma conferência por telefone com jornalistas, destacou que as fontes ouvidas pelo jornal não foram identificadas, sugerindo que as informações deveriam ser colocadas em dúvida.

? Não acreditamos em informações anônimas ? disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. ? É um relato de um jornal que não se baseia em fatos.