RIO ? Com todo o favoritismo de “La, la, land” ? indicado para os prêmios de canção e partitura original ? os Oscar de música talvez sejam os mais imprevisíveis dos 22 que serão concedidos neste domingo. Mais imprevisíveis por serem decididos pelos votos de 6.261 membros, dos quais somente 279 são músicos.
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Desse modo, a imensa maioria dos eleitores se guia por gostos pessoais os mais diversificados, ditados pelo estilo, moda, o sucesso, a simpatia pelo candidato ou, na maioria dos casos, pelo que cada eleitor entende sobre qual seja o papel da música num filme. O regulamento vem mudando desde 1934, quando a música (canção e partitura, original ou não) foi incluída na premiação. Este ano, como no anterior, são distinguidos apenas os autores das canções e da partitura original, não havendo distinção entre filme musical e não-musical, nem prêmio para diretor e adaptador.
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INDICADOS A MELHOR CANÇÃO
?La la land?
La La Land – ‘Audition (The Fools Who Dream)’
?Audition (The fools who dream)? e ?City of stars? ? músicas de Justin Horwitz e letras de Benj Pasek e Justin Paul. As duas canções, de três estreantes como candidatos ao Oscar, são as favoritas. ?Audition? é mais bem construída, com lugar na história da heroína, mas ?City of stars?, ganhadora do Globo de Ouro deste ano, caiu mais no gosto geral. La la land – ‘City of stars’
?Trolls?
?Can?t stop feeling? ? música e letra de Justin Timberlake, Max Martin e Shellback, todos estreantedo, é um pop dançante já vitorioso. Gravada por Timberlake, que dubla um dos personagens da animação, a canção chegou ao primeiro lugar nas paradas de ?Billboard? e de vários países, já foi agraciada com um Grammy e com uma indicação ao Globo de Ouro. Justin Timberlake – ‘Can’t stop feeling’
?Moana?
?How far I?ll go? ? música e letra de Lin-Manuel Miranda, não será surpresa se desbancar o favoritismo de ?City of stars?, de ?La la land?. Por ser uma boa canção, pela simplicidade pop que empresta à trilha de outro filme de animação e pelo prestígio de seu jovem compositor, autor de texto e canções de ?Hamilton?, sucesso atual na Broadway. Miranda é estreante no Oscar, mas coleciona Tonys e outros prêmios de teatro. Auli’i Cravalho – ‘How Far I’ll Go’
?Jim?
?The empty chair?, de ?Jim: The James Foley story? ? música e letra de J. Ralph (terceira indicação) e Sting (quarta), essa balada narrativa (do filme sobre jornalista americano morto em 2014 por terroristas islâmicos) corre por fora como forte candidata. É a melhor e mais expressiva letra das cinco. Sting – ‘The Empty Chair’
INDICADOS A MELHOR TRILHA SONORA
?Passageiros?
Thomas Newman, 61 anos, 14 indicações anteriores ao Oscar e três ao Globo de Ouro, é o veterano da turma deste ano. Persegue sem êxito o prêmio que o pai, Alfred Newman, ganhou em nove ocasiões. O filme de Morten Tyldum não é o primeiro de aventura espacial musicado por ele, mas é o de efeitos eletrônicos mais originais. Ser o único dos seis indicados tendo concorrido anteriormente, e por tantas vezes, pode pesar, mais que a música, a seu favor.
?Jackie?
Como cinco dos seis compositores concorrentes, Mica Levi (a Micachu do grupo The Shapes) é indicada ao Oscar pela primeira vez. Inglesa, 30 anos, formação clássica, mas dedicando-se ultimamente ao que chama de ?experimentalismo sonoro?, fez para o filme de Pablo Larraín uma trilha densa, sombria, não melódica, que um crítico definiu como ?mais desarmônica do que o que se vê na tela?.
?Lion: Uma jornada para casa?
O alemão Volker Bertelmann, o ?Hauscha?, 66 anos, e o americano radicado na Alemanha Dustin O?Halloran, 45, ambos pianistas vindos da música clássica, uniram-se para dar ao filme de Garth Davis partitura funcional, apoiada em temas adequados à história. O melhor de Bertelmann até aqui eram os documentários; o de O?Halloran, ?Maria Antonieta?, de Sofia Coppola.
?Moonlight: Sob a luz do luar?
Por este nono filme de sua carreira ? iniciada em 2009 com ?Nova York, eu te amo?, estreia de Natalie Portman como diretora ?, o americano Nicholas Britell, 36 anos, já ganhou prêmio de crítica. Sua trilha, como a de Micachu para ?Jackie?, opta pelos efeitos sonoros, só que mais melódicos. Há canções nela, mas não suas. O presente trabalho está sendo mais notado que o de ?A grande aposta?, não indicado ano passado.
?La la land?
Justin Hurwitz, americano, 31 anos, é o nome do momento, graças ao que compôs para seu parceiro diretor Damien Chazelle. Um dos seus méritos é ter atendido aos vários gêneros exigidos pela história: dança caribenha e pop eletrônico, balada romântica e jazz, música para piano, ou combo, ou formação sinfônica, orquestrada por ele mesmo. Os filmes mais premiados da história do Oscar
