Cotidiano

Transportes prometem liberar R$ 100 mi à obra

Santa Tereza do Oeste – A preocupação de que a duplicação de 73,4 quilômetros da BR-163 entre Santa Tereza do Oeste ao Distrito de Marmeleiro, em Capitão Leônidas Marques, possa ser interrompida levou quatro prefeitos da região (Santa Tereza do Oeste, Lindoeste, Santa Lúcia e Capitão) a Brasília nesta semana.

O encontro foi com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, onde a comitiva intercedeu pela não interrupção dos trabalhos, que estão sob forte ameaça de paralisação por falta de dinheiro. Toda a extensão vai custar R$ 579 milhões.

A suspeita se acentuou no último mês depois de o consórcio que executa os trabalhos ter iniciado processo de demissão. Representantes do Consórcio Sanches Tripoloni não deram entrevista, mas líderes regionais e moradores próximos do fronte de trabalho afirmam que pelo menos 200 pessoas teriam sido demitidas nos últimos 40 dias. Um dos motivos é pelo não repasse de recursos da União à empreiteira, que já teria desembolsado R$ 50 milhões nas obras sem previsão de recebê-los de volta. “Faz mais ou menos uns 60 dias que não há medições no trecho e, como não choveu nesse período, os trabalhos avançaram muito”, disse o prefeito de Santa Tereza, Élio Marciniak, o Kabelo.

Segundo Kabelo, o ministro assegurou R$ 100 milhões à duplicação. Serão R$ 50 milhões para repor os caixas da empreiteira e R$ 50 milhões para os trabalhos que ainda serão desenvolvidos. Contudo, não há data marcada para a liberação dos recursos, mas a comitiva espera que isso ocorra nas próximas semanas.

O que se espera é que isso ocorra antes mesmo da visita do ministro dos Transportes, que virá à região depois do dia 20 de outubro para a entrega oficial dos 18 quilômetros do trecho liberado para tráfego há algumas semanas.

A Superintendência do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Paraná foi questionada sobre o andamento das obras, os repasses, os prazos e demais detalhes sobre o andamento dos trabalhos, mas não houve retorno.

Quanto ao trecho da BR-163 em duplicação entre Toledo e Marechal Cândido Rondon não há novidades. Os trabalhos continuam parados por falta de dinheiro.

Falta de acesso a Santa Maria preocupa comerciantes

Outro assunto que preocupa líderes regionais, comerciantes e produtores rurais, principalmente de Santa Tereza do Oeste, diz respeito à falta de acesso às áreas rurais nas margens da duplicação. O prefeito Kabelo pediu ao ministro que seja priorizado o acesso ao interior, como é o caso das comunidades Sepe Tiarajú e Cem Alqueires. “Isso nos foi assegurado”, afirmou o prefeito de Santa Tereza.

Além disso, outro problema tem tirado o sono de muitos comerciantes. Ele diz respeito à construção da alça de acesso ao Distrito de Santa Maria. Naquilo que o prefeito chamou de um “erro de projeto”, uma delas ficou fora da obra, o que deixaria o distrito – que hoje sobrevive exclusivamente do movimento da BR-163 que corta o centro comercial no leito antigo da pista, mas que com a liberação do novo traçado vai ter o tráfego totalmente desviado – abandonado. “Como um dos acessos não foi construído, pedimos ao ministro que ele possa ser incluído e ele me assegurou que isso vai acontecer. A desapropriação desta área será feita pela prefeitura e o Ministério dos Transportes vai bancar a obra, que vai custar cerca de R$ 950 mil”, assegurou.

Se de fato isso ocorrer, será um alivio para pelo menos 40 comerciantes naquele entorno.

Somente em um complexo em um posto de combustíveis às margens da rodovia, no Distrito de Santa Maria, são 25 funcionários.

O gerente Antoninho Portez reconhece que, sem o acesso, será o fim do posto por onde circulam todos os dias pelo menos 200 veículos, principalmente caminhões. “A estrutura aqui existe há 25 anos, mas sem alça de acesso o caminhoneiro não vai rodar mais de 15 quilômetros para fazer um retorno só para voltar aqui. O mesmo vai acontecer com todo o comércio em Santa Maria”, alerta.