Cotidiano

Transporte coletivo pode parar no fim de semana

Funcionários querem ganho real de 6% mais reposição da inflação

Cascavel – Quem precisa do transporte público em Cascavel pode ficar sem ônibus já no fim de semana. O motivo seria a falta de negociação entre o Sinttracovel, o sindicato que representa os trabalhadores do transporte coletivo, e as duas empresas que operam na cidade.

De acordo com o presidente do Sinttracovel, Nelson Mendes Borba, as negociações começaram em novembro do ano passado e desde então não houve qualquer tipo de avanço. “Ontem [quarta-feira] fizemos mais uma rodada e somente nesta data o representante das empresas nos apresentou a proposta de 6,5% de reajuste”.

Conforme Nelson, o pedido dos trabalhadores é de 6% de ganho real e mais o índice da inflação no período, que é de 7,21%. “Como não houve acordo, foi decidido em assembleia que seria encaminhado um ofício para as empresas alertando sobre a possibilidade de greve”.

O documento, segundo o presidente, foi entregue ontem à tarde e o prazo é de 72 horas. “A negociação ainda está em aberto e a greve é em último caso. Os trabalhadores querem negociar e os problemas não são somente a reposição salarial. Há dois meses estamos com problemas nos pagamentos, como atrasos no anuênio de algumas pessoas, no vale alimentação, entre outros”.

A reportagem do O Paraná  entrou em contato com a assessoria de imprensa das duas empresas do transporte coletivo que disse não ter recebido nenhum comunicado oficial do sindicato e por isso não teria uma posição oficial.

Ainda segundo a assessoria, existem outras pendências a serem resolvidas antes da negociação salarial, como, por exemplo, a revisão da tarifa do transporte coletivo, os cobradores que continuaram empregados mesmo com a implantação da bilhetagem eletrônica e a lei da criação do agente de bordo, que deve voltar à pauta na Câmara de Vereadores em breve.

Sobre a revisão da tarifa, a assessoria salienta que não se trata de um reajuste e sim uma cláusula prevista em contrato motivada pelo desequilíbrio econômico financeiro, oriunda da queda no número de passageiros e do aumento da gratuidade do transporte coletivo.