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Torcida repete gritos homofóbicos que causaram punição ao Brasil

NATAL – Com ingressos a partir de R$ 150, os 30.013 torcedores despejaram uma quantia de R$ 4.307.145,00 na bilheteria de Brasil 5 x 0 Bolívia, realizado nesta quinta-feira, na Arena das Dunas. Mas é bom a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já separar uma parte deste dinheiro para o pagamento de multa. No segundo tempo, já com o jogo definido, a torcida que estava atrás do gol boliviano gritou “Bicha” a cada vez que Lampe partiu para a cobrança de tiro de meta.

Os xingamentos homofóbicos aconteceram apenas dois dias após a CBF ser condenada a pagar 20 mil francos suíços (R$ 67 mil) pelos mesmos atos no jogo contra a Colômbia, em Manaus, em setembro. A cada vez que David Ospina partia para a cobrança, a torcida na Arena da Amazônia gritava o mesmo que os torcedores em Natal. A prática é comum países como Equador e México e passou a ser frequente nos estádios brasileiros após a Copa do Mundo.

Melhor seria se a torcida tivesse deixado apenas suas marcas positivas na Arena das Dunas, como o coro de “Olê, olê, olê,Tite, Tite”, que balançou o treinador ainda iniciante na seleção.

– Fiquei feliz com o carinho do torcedor daqui. Muito obrigado mesmo. Agradeço de forma simples, cada um aqui trabalhou. Não é ser falso ou ostentoso, mas temos que ficar felizes – disse o treinador, emocionado.

Se com Tite foi emoção, com Firmino foi uma brasileiríssima tirada de sarro. Com o jogo já resolvido no segundo tempo e o 4 a 0 no placar, a torcida passou a brincar com o atacante do Liverpool quando ele ainda se aquecia. Os gritos pareciam confuso no início, mas foram crescendo e começaram a ficar compreensíveis: “Vai, Safadão! Vai, Safadão!”. Era uma alusão ao cantor Wesley Safadão, que, assim como Firmino, tem um rabo de cavalo no cabelo. A arquibancada vibrou ainda mais quando, aos 29, ele marcou o quinto gol brasileiro.