Esportes

Torcedores se espalham pela orla da Lagoa para ver prova de canoagem

RIO – A ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas ganhou um uso inusitado na manhã deste sábado. Centenas de pessoas se aglomeraram perto da raia olímpica da canoagem, na altura da Rua Gilberto Cardoso, para torcer pelos brasileiros Isaquias Queiroz e Erlon de Souza, que conquistaram a medalha de prata na canoa dupla de 1000 metros. Em um clima digno de Maracanã, brasileiros vestidos de verde e amarelo torceram, vibraram e aplaudiram os atletas do Brasil, mesmo decepcionados com o dato do ouro ter escapado por pouco.Isaquias 20-08

Diante do aperto, cada um se virou como podia. O casal Jane de Oliveira Peixoto e Genilson Moreira Leite de Moraes viu tudo de camarote. Obstinados, subiram em uma árvore, que também abrigava outras três pessoas. Segundo Jane, eles tinham dois motivos para isso: ver a prova e prestigiar a filha Jhanny, de 19 anos, que trabalharia como voluntária na entrega das medalhas.

– Chegamos aqui e vimos a árvore se oferecendo. Não sou de subir em árvore, mas está muito gostoso aqui. É uma visão privilegiada – diz, sorridente.

Quem já tinha vindo acompanhar as provas de remo e canoagem na Lagoa chegou preparado. Caso Bruno Ferreira, morador do bairro, devidamente equipado com um potente binóculo. Antes da prova, ele confraternizava com outros espectadores.

– Na outra vez eu fiquei do outro lado, mas não dava para ver a chegada. Aqui dá para ver tudo. Está muito bom, o pessoal é muito animado – comemora.

Depois da prova, a torcida não deixou que o segundo lugar acabasse com a animação. A dupla brasileira foi muito aplaudida, fazendo a arquibancada improvisada vibrar saudando os presentes. Moradora da Cidade Nova, Maria Fátima Ferreira, de 61 anos, se emocionou.

– Foi uma sensação inesquecível acompanhar de perto essa medalha – diz, destacando o clima amistoso do púbico – Foi no sufoco, mas deu para ver numa boa. Todo mundo se ajudou.

Os irmãos Guilherme e Leonardo Lopes, de Birigui, no interior de São Paulo, chegaram por volta das 8h para guardar lugar em uma mureta no lado de fora do Estádio da Lagoa, bem de frente para a chegada. Guilherme, de 17 anos, disse que eles haviam tentado comprar ingresso para assistir à final das arquibancadas do estádio, mas não conseguiram.

? O jeito foi assistir daqui mesmo ? completou Leonardo, de 14 anos.

A irmã Beatriz Rebelo Maia, de 57 anos, vive em Luanda, a capital da Angola, onde atua em uma missão da Igreja Católica. Descansando no Rio de Janeiro, decidiu aderir à mureta na final da canoagem.

? Estou aqui pertinho, no Humaitá, então pensei: “ora, vou apoiar os brasileiros”. Nem tentei comprar ingressos, vim direto para a mureta.