Por Paulo alexandre
Algumas notícias se tornam ‘corriqueiras’ que já não chamam mais a atenção como deveriam, muito menos provocam impacto e produzem mudança no comportamento da sociedade. Em tempos de notícias “fast food” pela febre da desinformação promovida pelas redes sociais – um grande instrumento quando bem utilizadas, produzem “consumidores” que se saciam mais com o que é lúdico e festivo, do que com o que realmente informa, forma e promove reflexão.
Na edição desta terça-feira, a informa sobre “risco de rodízio” no abastecimento de água na cidade de Céu Azul, importante município no contexto do agronegócio do Oeste do Paraná, não pode passar despercebida, sem a devida atenção.
A estiagem prolongada dos últimos anos, asseverada em 2020 e 2021 – já considerada a maior dos últimos 100 anos da história do Paraná, mostra com profundidade que a cultura do “desrespeito ao meio ambiente” e o consumo e uso irracional dos recursos naturais, especialmente, a água, tem ampliado seus reflexos de forma que a recuperação está cada vez mais demorada e difícil. E não se trata apenas de “chuvas irregulares”, de comportamentos inaceitáveis do “bicho homem”.
Neste contexto, caro leitor, não adianta apenas apontar dedos acusadores à Sanepar ou à falta de planejamento do Poder Público. Há que se buscar a profunda e imediata reflexão individual e coletiva sobre este e outros temas, cuja autorresponsabilidade não pode ser mais ignorada, nem adiada. Se é fato que a semeadura é livre a colheita “obrigatória”, as escolhas precisam ser revistas com a máxima urgência, não somente e exclusivamente pelos agentes públicos.
A cultura do “eu pago, eu tenho direito” cai por terra quando os itens básicos e essenciais à vida estão em pauta. A água não é, nem pode ser “exclusividade” de “A” ou “B”. O bem coletivo, porém, impõem responsabilidade e deveres individuais.
Em Cascavel, a renovação (ou não) do contrato com a Sanepar, estatal responsável pelo abastecimento de água tratada e também pela coleta e tratamento do esgoto, já está em pauta. E, neste item, sem a menor dúvida, a responsabilidade dos agentes públicos é redobrada, contudo, toda a sociedade precisa participar de forma efetiva, colaborativa e fiscalizatória. Afinal, todos precisam e “dependem” da água. E, embora seja um clichê, a responsabilidade, inegavelmente, é de todos!
