Cotidiano

?Todo mundo sabia que ela tinha lado?, defende Gleisi sobre Esther Dweck

BRASÍLIA – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu a manutenção de Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, como testemunha de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo Gleisi, nunca se esperou neutralidade de Esther, já que ela exercia um cargo de confiança na gestão de Dilma.

Para a senadora, a situação do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo ? que teve de ser ouvido como informante, e não como testemunha ? é diferente da de Esther. Segundo Gleisi, Esther ?nunca se pretendeu neutra? e todos sabiam que ela tinha lado.

? O que questionamos foi a neutralidade do Júlio Marcelo como procurador junto ao TCU. Ele não pode ser partidário e ele foi partidário. A Esther nunca se pretendeu neutra, ela sempre teve um lado, ela foi secretária de Orçamento e Finanças da presidente Dilma. A presidente Dilma não nomearia alguém para ser secretária em que ela não confiasse. É um cargo de confiança. Quando ela saiu, gosto do trabalho da Ester e fiz um convite para ela nos assessorar na CAE ? disse Gleisi.

Como mostrou O GLOBO, Gleisi nomeou Esther Dweck para trabalhar como sua assessora no Senado. A senadora negou que Esther já tenha sido nomeada para lhe assessorar na Comissão a de Assuntos Econômicos (CAE), mas acredita que, mesmo que já tivesse sido, isto não a impediria de atuar como testemunha no processo.

? Ela não foi nomeada, então não é servidora do Senado. Fiz a solicitação para ela ser nomeada, mas como ela é servidora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi pedida a cessão dela. Está sendo feita a cessão para depois ser publicado o ato de nomeação e posse.

? No meu entendimento, não teria problema (se ela já tivesse sido nomeada). Aqui, nunca exigimos dela neutralidade. Ela é testemunha chamada pelo cargo que ela exerceu no governo federal. É um cargo comissionado, que a presidente nomeou. Todo mundo sabia que ela tinha lado aqui, ela servia ao governo. Não vejo onde tem contradição nisto ? disse Gleisi.