Cotidiano

Tiradentes de ?olhos livres? para o cinema

30993481823_75d47b41c0_o.jpgRIO – De 20 a 28 de janeiro, a Mostra de Tiradentes vai exibir mais de 30 filmes, em dez seções temáticas. O festival segue em sua proposta de apresentar novos cineastas brasileiros, mas com uma novidade: a criação de uma segunda mostra competitiva, a Olhos Livres, que celebra linguagens autorais no cinema. Tiradentes 2017

Foram seis filmes selecionados: ?A destruição de Bernardet?, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (SP); ?Guerra do Paraguay?, de Luiz Rosemberg Filho (RJ); ?Homem-Peixe?, de Clarisse Alvarenga (MG); ?Lamparina da aurora?, de Frederico Machado (MA); ?Modo de produção?, de Dea Ferraz (PE); e ?Os incontestáveis?, de Alexandre Serafini (ES). Nesta entrevista, a coordenadora-geral do festival, Raquel Hallak, fala sobre o perfil da edição atual (veja abaixo a programação completa).

A Mostra de Tiradentes está completando duas décadas em 2017. Qual é o perfil do festival neste ano?

O processo é o inverso: a partir dos filmes inscritos é que selecionamos o nosso perfil. Nesta edição, definimos o tema ?Cinema em reação, cinema em reinvenção?. Nosso cinema geralmente representa o momento histórico por que passamos, e temos atravessado um momento de intensa conturbação política. Nas telas, o que vemos é uma reação a esse contexto e uma preocupação com a banalização das imagens.

Além da Aurora (mostra competitiva), uma novidade foi a criação de outra competição, a Olhos Livres.

Sempre reunimos filmes em mostras temáticas. A Aurora, que está completando dez anos, foi nosso posicionamento no sentido de mostrar uma filmografia atual de uma nova geração de artistas. É composta por filmes inéditos que são apresentados ao mercado. Já a Olhos Livres tem filmes de cineastas que não são necessariamente estreantes, mas que não estão presos a nenhuma forma de linguagem específica. Eles se destacam pela abordagem autoral.

Leandra Leal e Helena Ignez são as homenageadas deste ano. Como chegaram a esses nomes?

São duas mulheres de gerações distintas e com uma multiplicidade de funções no cinema. Leandra Leal acaba de se tornar cineasta, com o documentário ?Divinas divas?. Além disso, queremos valorizar o olhar feminino. Criamos, inclusive, um prêmio que será entregue a uma mulher que tenha se destacado no processo de produção nos filmes em cartaz na mostra Aurora. Pode ser tanto uma realizadora quanto uma montadora.

Veja a seleção completa da 20ª Mostra de Tiradentes:

MOSTRA HOMENAGEM

Antes do Fim, de Cristiano Burlan (SP)

Copacabana mon Amour, de Rogério Sganzerla (SP)

Divinas Divas, de Leandra Leal (RJ)

Nome Próprio, de Murilo Salles (RJ)

Ralé, de Helena Ignez (SP)

MOSTRA AURORA

Baronesa, de Juliana Antunes (MG)

Corpo Delito, de Pedro Rocha (CE)

Eu não sou daqui, de Luiz Felipe Fernandes e Alexandre Baxter (MG)

Histórias que nosso cinema (não) contava, de Fernanda Pessoa (SP)

Sem Raiz, de Renan Rovida (SP)

Subybaya, de Leo Pyrata (MG)

Um filme de cinema, de Thiago B. Mendonça (SP)

MOSTRA PRAÇA

Guarnieri, de Francisco Guarnieri (SP)

Martírio, de Vincent Carelli, com co-direção de Tita e Ernesto de Carvalho (PE)

O jabuti e a anta, de Eliza Capai (SP)

O que nos olha, de Ana Johann (PR)

Pitanga, de Beto Brant e Camila Pitanga (RJ)

MOSTRA OLHOS LIVRES

A destruição de Bernardet, de Claudia Priscilla e Pedro Marques (SP)

Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg Filho (RJ)

Homem-Peixe, de Clarisse Alvarenga (MG)

Lamparina da Aurora, de Frederico Machado (MA)

Modo de Produção, de Dea Ferraz (PE)

Os incontestáveis, de Alexandre Serafini (ES)

SESSÃO BENDITA

A repartição do tempo, de Santiago Dellape (DF)

Terra e Luz, de Renné França (GO)

SESSÃO CINEMA EM REAÇÃO

O homem que matou John Wayne, de Diogo Oliveira e Bruno Laet (RJ)

SESSÃO-DEBATE

Precisamos falar do assédio, de Paula Sacchetta (SP)

Sutis interferências, de Paula Gaitán (RJ)

SESSÃO HORIZONTE

A cidade onde envelheço, de Marília Rocha (MG) ? filme de encerramento

Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr. (MG)

Entre os homens de bem, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros (SP)

Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé (SP)

Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira (RS)