Cotidiano

Terremoto na Itália é registrado por estações sismológicas no Brasil

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RIO ? Os italianos acordaram nesta quarta-feira assombrados por um terremoto de magnitude 6.2, que deixou ao menos 120 mortos e devastou várias cidades na região montanhosa no centro do país. O abalo foi tão forte que suas ondas foram captadas pela Rede Sismográfica do Brasil. Das 87 estações que fazem o monitoramento das atividades sísmicas no território brasileiro, 54 captaram o tremor.

? Ele não chegou a ser sentido no país, mas a nossa rede captou as ondas de choque provocadas pelo tremor ? explica Iago Costa, pesquisador do CPRM, Serviço Geológico do Brasil. ? Com esses dados, conseguimos determinar a magnitude e o epicentro do evento.

O geofísico explica que o tremor na Itália foi provocado pela liberação de energia acumulada numa falha geológica. Além da alta magnitude, o terremoto foi extremamente devastador por ter acontecido a apenas 10 quilômetros de profundidade.

? O grande problema deste tremor foi que ele aconteceu a baixa profundidade. Quanto menor a profundidade, maior o poder destrutivo ? diz Iago. ? Hoje mesmo, o nosso sistema registrou um tremor de magnitude perto de 5 na região de Porto Velho, mas ele não foi sentido na superfície porque aconteceu a 400 quilômetros de profundidade.

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A região afetada pelo tremor de hoje tem histórico de grande atividade sísmica. Em 2009, um abalo de 6.3 graus na escala Richter deixou mais de 200 mortos e 1.500 feridos, mas o evento mais devastador aconteceu em 1915, quando um choque com magnitude 6.7, e epicentro em Avezzano, na província de Áquila, matou cerca de 30 mil pessoas.

Renata Schmitt, professora do Departamento de Geologia da UFRJ, explica que a região do Mediterrâneo, incluindo a Itália, é bastante ativa em termos geológicos, pois está localizada no encontro das placas tectônicas Africana e Eurasiática.

? O movimento de convergências dessas grandes placas provoca fraturas, que chamamos de falhas geológicas ? explica Renata. ? Toda região é rica em atividade sísmica. Não apenas terremotos, mas também vulcões, como o Etna e o Vesúvio.