Cotidiano

Terceiro operador teve prisão revogada porque negocia delação

SÃO PAULO. Além de Jorge e Bruno Luz, um terceiro operador teve seu pedido de prisão decretado nesta quinta-feira, na 38ª fase da Operação Lava-Jato. Trata-se de Apolo Santana Vieira, operador apontado como parte do esquema. Ele era um dos donos do jatinho que se acidentou transportando o então candidato à Presidência Eduardo Campos, em 2014. Segundo o Ministério Público Federal, a prisão de Apolo foi revogada porque ele está negociando acordo de delação premiada.

Para Sergio Moro, o empresário Apolo Santana Vieira teria uma atuação semelhante a Jorge e Bruno Luz.

?Há, em cognição sumária, prova documental de seu envolvimento em um dos fatos delitivos, com recebimento, ocultação e dissimulação de cerca de US$ 510 mil em propinas acertadas nos contratos de fornecimento de navios-sondas à Petrobrás?, aponta o magistrado. Segundo Moro, ?assim como Jorge Antônio da Silva Luz e Bruno Gonçalves Luz, há indícios de que se dedica profissionalmente à lavagem de dinheiro e intermediação de propinas a agentes públicos?.

Os três tiveram US$ 50 milhões cada confiscados ? não está claro o que acontece com o dinheiro de Apolo. Os três são suspeitos de manter até 19 empresas, por onde intermediavam propinas na Petrobras por meio de contas no exterior.

?Considerando os indícios do envolvimento dos investigados em vários episódios de intermediação de propina e de lavagem de dinheiro, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até o montante de cinquenta milhões de reais?, assinalou Moro apontando que ?a medida é ainda mais necessária diante dos indicativos de que Jorge Antônio da Silva Luz e Bruno Gonçalves Luz evadiram-se do país, já que pelo menos deve-se evitar a dissipação de seus ativos?, escreveu Moro.

Jorge e Bruno Luz viajaram para os Estados Unidos e já são considerados fugitivos pela Polícia Federal.