Política

Terceirização rejeitada

 

A terceirização do serviço de zeladoria pela Prefeitura de Cascavel provoca reações contrárias de servidores concursados. Amanhã uma reunião será feita entre essa categoria com a diretoria do Sismuvel (Sindicato dos Servidores Municipais de Cascavel), às 19h, na Câmara, para discutir essa medida, já defendida pelo Executivo a fim de suprir a demanda de profissionais sem impactar no limite prudencial, que é de 51,3% – hoje o gasto com salários é de 48,56%.

Está em andamento um estudo pela Secretaria de Planejamento e Gestão para verificar quantos servidores seriam necessários para suprir as demandas de zeladoria na Educação, Saúde e Assistência Social. Estima-se que o serviço público municipal tenha 800 zeladoras – ao menos 100 seriam necessárias para suprir o quadro. “Não haverá prejuízos. Os servidores já concursados ganham com essa contratação terceirizada, pois entendemos que eles estão sobrecarregados”, garante o secretário de Planejamento e Gestão, Edson Zorek.

Para a Secretaria de Educação, a terceirização tende a ser parcial com remanejamento dos servidores concursados para a copa, em escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis). Na Secretaria de Saúde, as zeladoras iriam para sedes administrativas, assim como a Assistência Social. Esses remanejamentos provocam rejeição dos servidores, que temem inclusive queda no rendimento mensal. “As zeladoras da Saúde, por exemplo, ganham por insalubridade. O deslocamento súbito pode impactar sobre a renda. Já as zeladoras da Educação iriam para trabalhar nas cozinhas, em um serviço de escala industrial, o que é injusto”, diz o presidente do Sismuvel, Ricieri D`Stefani Junior.

12% afastados

Pelo levantamento parcial do Departamento de Gestão de Pessoas, 12% dos servidores de zeladoria estão afastados das funções. Apesar de seguidos concursos públicos, poucos candidatos se interessam em assumir o cargo – mesmo com grande volume de inscritos. A Prefeitura admite que o salário oferecido é abaixo do que ganharia uma diarista, por exemplo, o que dificulta o preenchimento das vagas. Hoje os servidores que resistem nas funções sofrem com o trabalho dobrado: as equipes estão incompletas. “Temos diferentes casos de servidores. Alguns trabalham, mas tem restrições para carregar pesos ou manusear alguns materiais. Isso faz com que os demais tenham que executar tarefas mais difíceis sozinhos”, explica a diretora de Gestão de Pessoas, Vanilse da Silva Schenfert.

Reportagem JOSIMAR BAGATOLI

Foto: Arquivo

Legenda: Presidente do Sismuvel, Ricieri D`Stefani Junior, diz que o sindicato é contra a terceirização

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Contratos

Os servidores contratados de maneira terceirizada têm um rendimento de até R$ 400 superior aos concursados – alguns ganham apenas o salário mínimo, compensado com abonos. O problema é que as empresas contratadas, em alguns momentos, atrasa pagamentos e demais benefícios. Por isso, a Prefeitura pretende fazer contratos mais criteriosos. “É essencial fiscalizar as empresas e exigir que cumpram com as obrigações“, diz Edson Zorek.