Policial

Tentativa de Homicídio: Vítima não reconhece e suspeito é solto

O crime aconteceu na madrugada de domingo, dia 10, no Bairro Cataratas

Cascavel – Rafael Alves de Oliveira, de 20 anos, detido na manhã do último domingo (10) e apontado pela Polícia Civil como suspeito de uma tentativa de homicídio, foi solto na noite de quinta-feira (14). Isso ocorreu porque a vítima, Cleverson Rodrigues, que segue internada no Hospital Universitário, relatou que o rapaz não foi o autor dos disparos que o atingiram.

O crime aconteceu na madrugada de domingo, no Bairro Cataratas. Cleverson foi alvejado com três disparos de arma de fogo e levado em estado grave ao hospital. Oito horas depois, Rafael foi preso em flagrante e encaminhado à carceragem da 15ª SDP.

Para o advogado de Rafael, Bruno Franco, a prisão de seu cliente foi injusta, já que, segundo ele, as provas apresentadas pela polícia eram frágeis.

“Ele foi preso sem provas concretas. Os elementos apresentados eram muito fracos. Eles se basearam em apenas boatos de uma testemunha”, atacou o advogado.

Conforme Franco, a delegada Mariana Vieira teria negado um exame para constatar se havia pólvora nas mãos de Rafael sem dar nenhuma justificativa. O advogado afirmou ainda que o depoimento de Rafael foi tomado apenas como parte do protocolo policial, pois o álibi apresentado pelo rapaz sequer foi averiguado.

Ação contra o Estado

Diante do constrangimento enfrentado por Rafael, o advogado de defesa afirmou que entrará com uma ação contra o Estado, alegando que a prisão foi injusta. O defensor disse ainda que irá solicitar a correção o inquérito para que o nome de seu cliente seja tirado dos autos.

“Vamos auxiliar no inquérito para que a autoria seja esclarecida e trabalhar para que o nome do Rafael não seja levado adiante”, afirmou.

Prisão teve respaldo da Justiça, afirma delegada

A delegada Mariana Vieira, responsável pela Delegacia de Homicídios da 15ª SDP, falou na manhã de ontem à imprensa sobre o caso. Segundo ela, não houve equívoco na prisão de Rafael Alves de Oliveira e o flagrante foi feito dentro da legalidade, tendo o respaldo do Poder Judiciário.

Mariana ressaltou que duas pessoas reconheceram Rafael como autor dos disparos que atingiram Cleverson.

“O flagrante foi feito com base em relatos de duas testemunhas, que reconheceram o Rafael tanto por suas características físicas, como por sua voz”. De acordo com ela, as investigações apontam, sim, para uma ligação entre Rafael e Cleverson, ao contrário do que o rapaz alegou.

Com relação ao exame residuográfico, para apontar se havia ou não vestígios de pólvora nas mãos de Rafael, a delegada justificou que o teste foi negado devido ao tempo decorrido.

“Já havia se passado oito horas. O exame também em nada alteraria a situação de flagrante e o resultado pode demorar até seis meses, visto que é realizado na cidade de Curitiba, e poderia apresentar um falso resultado negativo”.

Mariana ressaltou que as investigações seguem para esclarecer a verdadeira autoria do crime, bem como investigar os álibis apresentados por Rafael.