Cotidiano

Tempo seco e quente vai ditando o inverno

Cascavel – Desde que o inverno começou, dia 21 de junho, o frio não deu mais as caras na região oeste do Paraná e assim deve continuar pelos próximos dias, com temperaturas máximas alcançando a marca dos 27ºC e as mínimas perto dos 14ºC.

O motivo disso, explica o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, refere-se aos ventos em níveis mais elevados impedindo o avanço de frentes frias à Região Sul do Brasil, aquelas que provocam chuva e trazem o frio. “O que predomina em veranicos como o de agora é o ar mais seco e mais quente e cada dia temos a percepção de que está mais quente”, destaca.

Chuva? Não há previsão para esta semana. O que pode ocorrer são pancadas isoladas hoje e no fim de semana, talvez. Nessa quebra de bloqueio atmosférico do fim de semana as temperaturas tendem a cair e, de segunda para terça-feira da próxima semana a mínima cai bastante, 6ºC. E então já deve voltar para cima dos 10ºC. “De hoje [ontem] para amanhã [hoje] passa uma frente fria pela região, mas pelo oceano, e ela deverá ser praticamente imperceptível. Neste mês de julho a tendência é para que chova abaixo da normalidade”, completa o meteorologista, ao lembrar que o frio deve chegar, mas sem a companhia da umidade.

Volume pluviométrico

E em se tratando de volume de chuva, o mês passado fechou com cerca de 60 milímetros na região oeste, enquanto a média era de 110 a 120 mm.

Embora pouco, o comportamento não é inédito. Para se ter ideia, em junho de 2010 foram cerca de 50 mm, em 2011 o acumulado foi de 70 mm, em junho de 2015 chegou a 150 mm, em junho de 2015 cerca de 130 mm, em 2016 média de 40 mm, e, em 2017, cerca de 60 mm. Vamos às exceções. Lembram do dilúvio em 2013 e 2014? Pois ocorreram exatamente em junho: média de 310 mm em 2013 e incríveis 366 mm em 2014.

Para este ano, essa alternância entre meses muito chuvosos (janeiro, fevereiro e março) e menos chuvosos (abril, maio e junho) sofre uma pequena interferência do fenômeno La Niña, apesar de o fenômeno ser de fraca intensidade. “Até não se pode culpar o fenômeno especificamente, é que realmente esses meses [de outono e inverno] têm uma característica menos chuvosa, mas em agosto, por exemplo, deve chover acima da média histórica”, alerta.

Em maio deste ano o oeste registrou média de 75 mm, enquanto o esperado eram 150; em abril foram menos de 20 mm, quando a média indicava 140 mm, mas em março, quando a média era de 130, foram 170 mm de precipitação, a exemplo de fevereiro, com 200 mm, e janeiro, com 300mm. A média para esses meses varia de 160 a 170 mm.