Cotidiano

Temer volta a negar censura ao GLOBO e à 'Folha de S. Paulo'

64886704_ECO Brasília BsB DF 14-02-2017 - O presidente Michel Temer participa da cerimônia de anúnci.jpgBRASÍLIA – O presidente Michel Temer voltou a negar que houve censura à reportagem do GLOBO sobre troca de mensagens entre a primeira-dama, Marcela Temer, e um hacker, que tentava extorquir dinheiro dela. Por meio do porta-voz nesta terça-feira, Temer disse ter compromisso “permanente e inarredável” com a liberdade de imprensa. A decisão liminar, para censurar a matéria, foi assinada na última sexta-feira pelo juiz Hilmar Castelo Branco, mas o jornal só foi notificado nesta segunda-feira. A “Folha de S. Paulo”, que também publicou reportagem sobre o tema, foi atingida igualmente pela ordem judicial.

Imprensa censura

“A vida política, profissional e pública do Presidente Michel Temer é reveladora de seu compromisso permanente e inarredável com a defesa e a promoção da necessidade central da liberdade de imprensa para a democracia. Sua atuação e seus votos ao longo da Assembleia Constituinte de 1988 revelam e confirmam tal compromisso”, declarou Temer, rebatendo o que chamou de tentativa de classificá-lo de “inimigo e censor da imprensa”.

Citando trechos da Constituição e também a lei Carolina Dieckmann, o presidente defendeu a privacidade e a intimidade.

“Trata-se, na verdade, dos direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição Federal quando, em seu artigo quinto, inciso décimo, estabelece, e cito, que são invioláveis, ‘a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas.’ Este preceito constitucional foi reiterado pela Lei que se veio a conhecer como Lei Carolina Dieckmann, a qual jamais foi contestada no que determina”.

Nesta segunda-feira, após pronunciamento à imprensa em que repetiu que o governo não blinda auxiliares e ministros citados pela Operação Lava-Jato, Temer, irritado, respondeu a repórteres que não houve censura.

? Não houve isso, você sabe que não houve ? declarou.

A troca de mensagens faz parte do processo judicial contra o hacker Silvonei de Jesus Souza, que tramita na Justiça de São Paulo, ao qual o jornal teve acesso. Silvonei foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão em outubro do ano passado por tentar chantagear Marcela Temer utilizando conteúdo roubado do celular e de contas de e-mail da primeira-dama.