Cotidiano

Temer vai enviar ao Congresso projeto de lei sobre direito à greve

BRASÍLIA – O presidente Michel Temer anunciou que o governo federal vai enviar um projeto de lei ao Congresso que regulamente o direito à greve. Em declaração à imprensa neste segunda-feira, Temer falou na crise do Espírito Santo, que está com policiais militares em greves há dez dias e já tem mais de 140 mortos, como se ela já estivesse encerrada. Neste domingo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, declarou que a crise estava “superada”.

? O Supremo Tribunal Federal, em vários momentos, já se manifestou sobre essa matéria (direito à greve), em face, precisamente, da omissão, da não realização, da não aprovação de um projeto disciplinador do texto constitucional ? disse Temer, enfatizando que o anúncio não tem “nada a ver” com a crise capixaba.

Michel Temer chegou a dizer que a crise “acontece”, mas se corrigiu e colocou o verbo no passado: “aconteceu”. A Polícia Militar ainda está em greve no Espírito Santo e mais de 140 pessoas foram mortas em dez dias. O governo federal enviou 3.130 militares para o estado.

? Ressalto que isso não tem nada a ver com o que acontece, aconteceu, no Espírito Santo ? disse Temer, chamando de “insurgência” o movimento grevista da polícia, que é vedado pela Constituição Federal. O presidente voltou a garantir que a União está pronta para enviar reforço militar para estados que estiverm com problemas na segurança pública. Neste domingo, segundo a Polícia Militar fluminense, havia manifestações em frente a 27 batalhões no Rio.

Também neste domingo, após reunião com Temer e ministros, o chefe da Defesa, Raul Jungmann, disse que a crise de segurança no Espírito Santo estava “superada”, depois de mais de 140 mortos em nove dias. No entanto, a greve da Polícia Militar continua.

? Hoje (ontem), domingo, 100% daqueles que normalmente vão à praia, lá estão. A vida volta à normalidade na Grande Vitória – declarou Jungmann, que disse que o governo federal será “inflexível” com novos movimentos grevistas em segurança pública nos estados. 3.130 militares estão no Espírito Santo.

O presidente Michel Temer demorou uma semana para se pronunciar sobre a crise capixaba, que matou mais de 140 pessoas. Em nota na última sexta-feira, chamou de “inaceitável” a paralisação de policiais, e disse que enviará militares a estados “sempre que necessário”. Temer afirmou que a população não pode ficar “refém” de reivindicações.

A crise na segurança começou em janeiro, com matança em presídios. Temer ficou quatro dias em silêncio completo após o massacre no presídio de Manaus, o primeiro deles, que deixou 56 presos barbaramente assassinados. Quando se pronunciou, chamou a matança de “acidente”.