Cotidiano

Temer vai debater segurança pública com presidentes do STF, Senado e Câmara

BRASÍLIA ? O presidente Michel Temer vai se reunir na próxima sexta-feira com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para debater a crise de segurança pública no país. Também estarão presentes o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, os três comandantes militares e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia.

A iniciativa da reunião foi da presidente do STF, que já tinha um encontro agendada com Jungmann para tratar do assunto. No entanto, no último fim de semana a ministra Cármen Lúcia visitou presídios no Rio Grande do Norte e ficou muito impressionada com as condições desumanas às quais os presos são submetidos. Ela conversou ao telefone com Temer no domingo e os dois concordaram em ampliar a discussão.

Na segunda-feira, Cármen passou a tarde conversando com o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame. Ouviu dele relatos sobre sua administração e as questões mais críticas que o Brasil ainda precisa enfrentar na área de segurança.

A ministra pretende visitar presídios em todas as unidades da federação nos próximos dois anos, enquanto estiver na presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela tem a ideia de aumentar a eficácia do monitoramento dos presos, além de melhorar o acompanhamento do cumprimento das penas. Mas não é só os presídios que preocupam Cármen Lúcia. Ela já mapeou entre os principais temas a serem abordados o contrabando de armas e o tráfico de drogas.

A reunião de sexta-feira deve ocorrer no Itamaraty. Os participantes precisarão deixar de lado eventuais desavenças, se quiserem que o diálogo avance. Ontem, Renan chamou de “juizeco” o magistrado da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Operação Métis. Hoje, Cármen Lúcia disse que é ?inadmissível? um juiz ser ?diminuído? ou ?desmoralizado? fora dos autos de um processo.

Renan também tem rusgas com a PF, que na última sexta-feira prendeu policiais legislativos do Senado suspeitos de atrapalhar as investigações da Lava-Jato. E, por fim, a presença de Janot pode causar algum constrangimento a Renan, porque ele é alvo denúncia assinada pelo procurador-geral.