Cotidiano

Temer troca comando do Ipea e do IBGE

BRASÍLIA – O presidente interino Michel Temer decidiu trocar integrantes da equipe do Ministério do Planejamento que foram recém-nomeados pelo ex-ministro da pasta e senador Romero Jucá (PMDB-AL). O comando do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sairá das mãos de Manoel Pires para as do economista Ernesto Lozardo. Já a presidência do IBGE passará de Wasmália Bivar, que havia sido mantida no posto por Jucá, para o economista Paulo Rabello de Castro.

Jucá, que deixou o Planejamento apenas 12 dias depois de assumir por causa de gravações que o comprometiam na operação Lava-Jato, chegou a montar uma equipe. Manoel Pires, que é funcionário de carreira do Ipea e foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda na gestão de Nelson Barbosa, foi nomeado para o Ipea no dia 16 de maio. No mesmo dia, o Planejamento divulgou nota à imprensa informando que Wasmália continuaria no comando do IBGE.

Nesta terça-feira, no entanto, a equipe do Ipea foi surpreendida com a informação de que quem tomaria posse na presidência do Instituto não seria Pires e sim Ernesto Lozardo, ex-secretário de Planejamento e Economia de São Paulo e ex-presidente da Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp). Pires já vinha trabalhando no Ipea há duas semanas. A cerimônia de posse de Lozardo está marcada para as 10 horas desta quarta-feira.

Segundo o Palácio do Planalto, as mudanças foram decididas por Temer e não significam um desmonte da equipe que foi formada por Jucá. A vinda de Rabello de Castro e Lozardo já estaria sendo negociada desde que o presidente interino assumiu. No entanto, não houve explicação sobre porque Jucá teria trazido Pires para o Ipea para ficar no cargo por um período tão breve.

Integrantes da equipe econômica afirmam que, com a saída de Jucá, Temer passou a conversar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles sobre mudanças no Planejamento. Também se discute quem será o novo titular da pasta. Ela vem sendo comandada interinamente pelo secretário-executivo Dyogo Oliveira. O novo ministro, no entanto, poderá fazer novas mudanças na equipe, afirmam os técnicos.