Cotidiano

Temer reúne órgãos de inteligência para tratar do sistema penitenciário

BRASÍLIA – O presidente Michel Temer recebe nesta terça-feira órgãos de inteligência para discutir o sistema penitenciário nacional. Depois de cerca de 130 mortes brutais de presos em duas semanas, no Amazonas, Boa Vista e Rio Grande do Norte, o presidente mudou o tom e passou a defender que a União atue diretamente na questão prisional, que é de responsabilidade principal dos estados.

Na semana passada, o presidente admitiu “angústia” com as condições “desumanas” nas cadeias do país, e defendeu que a União aumente a participação na questão, por se tratar de questão de segurança nacional. Mesmo reconhecendo a precariedade no sistema carcerário, Temer defendeu o governo, argumentando que a ex-presidente Dilma Rousseff, ex-companheira de Presidência por mais de cinco anos, havia investido menos no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).

Dias antes, após o primeiro massacre em presídios neste ano, que deixou 56 presos mortos em Manaus, Temer havia chamado o episódio de “acidente”. Criticado pelo posicionamento, ele reafirmou a opinião, publicando no Twitter sinônimos da palavra.

Nos próximos dias, Temer deve receber também governadores no Palácio do Planalto, e quer que os cinco presídios de segurança máxima propostos pelo Plano Nacional de Segurança sejam construídos em um ano. Em reunião com o presidente, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, havia sugerido ao governo federal o modelo de construção pré-moldado, usado em seu estado. Temer pediu ao Ministério da Justiça que estude essa possibilidade.

Participam do encontro os ministros da Justiça (Alexandre de Moraes), Relações Exteriores (José Serra), Gabinete de Segurança Institucional (Sérgio Etchegoyen), Fazenda (interino Eduardo Guardia), Defesa (Raul Jungmann), além de representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Forças Armadas e Receita Federal.