BRASÍLIA ? O presidente interino Michel Temer resolveu investir, esta semana, em consolidar o resultado pró-impeachment, que já se revela com margem a seu favor. Na terça-feira, recebeu 13 senadores, dos quais metade estaria indecisa sobre como votar no julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff. Nesta quarta, recebeu mais cinco senadores, pelo menos um deles indeciso. A pauta dos encontros tem sido uma agenda que Temer quer emplacar, de finalizar uma série de obras inacabadas nos estados.
Ele fixou um teto de até R$ 400 mil a R$ 500 mil para concluir escolas, postos de saúde, UPAs, entre outros projetos. A relação das obras tem sido levantada pelos senadores e cruzada com os ministérios da Fazenda e do Planejamento. Em troca de finalizar essas obras, Temer tem pedido aos parlamentares que divulguem a ação do governo. Pesquisas têm mostrado que o presidente interino é pouco conhecido pela maioria da população.
Com relação ao impeachment, auxiliares de Temer contam que a abordagem dele junto aos senadores é sutil, nunca pedindo voto diretamente.
? Ele fica ouvindo os senadores, que trazem suas pautas, suas demandas. Os senadores se sentem prestigiados, é dessa forma que Temer os seduz ? diz um assessor.
No encontro que teve na tarde desta quarta com as bancadas de senadores e deputados do Acre e de Rondônia, Temer prometeu verbas para a conclusão da ponte de Abunã, sobre o rio Madeira, e para terminar a duplicação da BR-364.
Presente à reunião, o ministro dos Transportes, Maurício Quintela (PR-AL), disse que os parlamentares saíram da reunião satisfeitos e que as obras beneficiarão o povo dos dois estados.
