Cotidiano

Temer fez 'estrago enorme' na Previdência, diz Dilma a internautas

BRASÍLIA – A presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas disseram a internautas que o governo interino de Michel Temer fez um “desmonte” e “estrago enorme” na Previdência Social, nesta sexta-feira. É o terceiro dia seguido que a petista responde a perguntas no Facebook ao lado de ex-ministros de áreas criticadas na nova gestão – social, cultural e previdência.

– Vamos discutir o desmonte da Previdência Social que foi feito pelo governo provisório do Temer. Eles fizeram um estrago enorme na Previdência Social, acabaram com o Ministério da Previdência. Isso é um absurdo. É um patrimônio do trabalhador brasileiro, é um patrimônio da sociedade – afirmaram Dilma e Gabas, que foi ministro da Previdência da petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma vem chamando o governo e ministros novos de “provisórios”. A gestão interina de Michel Temer fez várias mudanças no ministério. Uma delas foi unir o da Previdência ao da Fazenda, para que a reforma da Previdência ganhe força na esteira de novas medidas fiscais.

“Não se sabe até agora o que acontecerá com as agências de atendimento da Previdência Social, que nós modernizamos para ampliar os serviços ao longo dos últimos anos, pois o ministro provisório disse que as agências são grandes espaços ociosos. Ele vai fechar as agências? Isso é um absurdo!!!”, escreveram a presidente afastada e o ex-ministro.

Gabas foi nomeado chefe da Secretaria de Aviação Civil duas semanas antes do afastamento de Dilma Rousseff. Na última terça-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência pediu mais informações para julgar seu pedido de quarentena – seis meses recebendo salário integral de ministro, R$ 30,9 mil, sem poder trabalhar para não haver conflito de interesses.

Nos últimos três dias em interação no Facebook, Dilma tem explorado fraquezas do início da gestão Temer: a falta de ministras, a extinção da Cultura e Previdência e o corte em programas sociais.

Na quarta, a presidente afastada e Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social disseram que a gestão Temer pode tirar 36 milhões de beneficiários do Bolsa Família “numa canetada só”, e que “a cada 30 minutos, 22 crianças deixariam de frequentar a escola”. Quinta foi a vez de Dilma e Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura, escreverem que as mulheres “não querem ser tratadas como um fetiche decorativo”, e que Temer quer “voltar ao passado autoritário”.