Cotidiano

Temer afirma não se preocupar com popularidade, mas em recuperar a economia

BRAZIL-MUNICIPAL-ELECTION-TEMER (2)BUENOS AIRES – Antes de viajar à Argentina para reunir-se com o presidente Mauricio Macri e discutir, principalmente, a crise em que está mergulhado o Mercosul, Michel Temer concedeu entrevista aos jornais “La Nación” e “Clarín” e assegurou que “não me preocupa nada a popularidade”. Na conversa com os jornalistas argentinos, o presidente afirmou que seu objetivo é recuperar a economia brasileira.

– Se chegar ao final de meu governo com 5% de popularidade, mas conseguir colocar o país nos trilhos, me dou por satisfeito. Não me preocupa nada a popularidade – disse Temer, que amanhã será recebido por Macri na residência oficial de Olivos.

O chefe de Estado argentino organizou um clássico “asado” (churrasco) para oferecer à delegação brasileira, que também estará integrada pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, entre outros membros do gabinete.

Perguntado sobre quando a economia brasileira conseguirá se reativar, Temer assegurou que “depende de alguns fatos determinados. O primeiro é a aprovação da emenda constitucional sobre o teto aos gastos públicos”. O presidente insistiu em sua cruzada por tirar o país da crise econômica e minimizou a falta de respaldo popular.

– Não tenho uma preocupação eleitoral – frisou Temer.

O presidente disse confiar em que “as medidas serão logo entendidas e serão inteiramente populares”.

– Tenho o apoio do Congresso e terei naturalmente o apoio popular – apontou.

O presidente assegurou que “em função de certa covardia que existia no passado o país está como está, mas eu não tenho essa covardia, tenho a coragem para impulsionar essas medidas”.

Temer defendeu a “legitimidade” do processo de impeachment e disse estar atento “à divisão entre os órgãos de poder” no país.

– Já disse e reitero, não haverá jamais qualquer interferência de meu governo nas investigações anticorrupção – enfatizou.

O presidente negou uma perseguição judicial ao PT, destacando que “existem cinco ou seis partidos que são objeto de investigação, inclusive vários políticos do PMDB. Talvez por ter ocupado o poder durante 13 anos o PT ganha mais relevância nas investigações”.

Temer afirmou sentir-se “muito confortável” com Macri.

– Pensamos na mesma maneira e isso vai facilitar muito as coisas – disse o presidente que, como Macri, reafirmou a decisão do Mercosul de reforçar às pressões à Venezuela.

Nesta segunda, Temer será recebido com protestos na capital argentina. Perguntado sobre as manifestações, o presidente afirmou estar “zero preocupado”:

– Aqui também temos protestos, é fruto da democracia. Tenho zero problema com isso – finalizou.