Cotidiano

Tecnologia do céu para a terra

Equipamento promissor ao agronegócio chega à região Oeste

Toledo – Em poucos segundos o pequeno avião chega ao céu para cumprir a missão. Sem piloto e passageiros, mas carregado com o que há de mais moderno em tecnologia. O Vant (Veículo Aéreo não Tripulado) é uma atração para apaixonados por aviação e um equipamento promissor ao agronegócio de precisão.

O professor de Agronomia da PUC-PR no câmpus de Toledo, Alfredo Richart, é quem traz essa inovação à região Oeste e comenta a contribuição do equipamento para o campo ao realizar testes.

“O agronegócio tem papel fundamental na geração de alimentos, empregos e renda em nossa região, por isso, qualquer tecnologia que venha a trazer benefícios e maior conhecimento das possíveis limitações ao aumento de produtividade das culturas aqui cultivadas será de extrema importância”, explica.

 

O modelo escolhido pelo professor carrega duas câmeras, uma para RGB (vermelho, verde de azul), outra para infravermelho e tem antena com alcance de até 15 km. A partir dessa tecnologia é que passamos a compreender a finalidade do veículo aéreo para o setor do agronegócio.

“Pode ser utilizado para aerofotogrametria, a qual possibilita obter informações da topografia do terreno a partir de imagens obtidas com câmeras com sensores específicos e filtro RGB. A partir dessas imagens pode ser elaborado um mapa, definindo o local correto da alocação de curvas de nível, com a finalidade de resolver problemas de erosão, melhorando a conservação do solo”, cita o agrônomo um dos objetivos do equipamento”.

Foco

O mapeamento de lavouras de soja, milho, trigo, feijão, entre tantas outras que fortalecem o agronegócio da região, é o foco principal do trabalho do professor da PUC-PR com o uso da câmera que irá obter imagens na banda do infravermelho (espectro da luz solar).

“A partir dessas medições, será possível, por exemplo, definir o estado nutricional da cultura, pois nas folhas das plantas são encontrados componentes como as clorofilas, pigmentos responsáveis por captar a energia luminosa do sol, assim, podemos relacionar a eficiência da fotossíntese com o estado nutricional de uma planta”, exemplifica o engenheiro agrônomo.

Com base no estudo onde houver menor taxa fotossintética, complementa ele, o engenheiro agrônomo tem condições de seguir ao local com um GPS e fazer a coleta de solo para descobrir se o problema que afeta o desenvolvimento da planta é nutricional, físico (compactação de solo), provocado por pragas ou doenças.

Voo autônomo

O Vant que o engenheiro agrônomo adquiriu tem o modelo de asa fixa. Ele é semelhante aos conhecidos drones que podem ter esse mesmo formato ou multirotor. Lançado às alturas por uma espécie de rampa, o equipamento tem o voo autônomo, controlado por software por meio de sinal de rádio. Ao completar a missão no ar ele retorna para o ponto designado ao pouso, automaticamente.

“Durante o voo, consigo acompanhar o mapeamento que é realizado pelo software e, se for necessário, posso interferir na missão, retornando o Vant para o ponto previamente estabelecido para que ele pouse”, explica Richart.

Clique aqui e veja um dos vídeos do Vant. 

Investimento

A empresa responsável pela fabricação do Vant é a Aro Robot. No caso do equipamento adquirido pelo professor da PUC-PR, o custo é de R$ 47 mil, sem as câmeras e software para trabalhar imagens.

“As fotos obtidas são trabalhadas em software específico, gerando uma única imagem do terreno que chamamos de ortomosaico”, complementa.

O modelo AR 21 testado pelo engenheiro agrônomo pode permanecer no ar pelo período de 45 minutos até 1h30, dependendo da configuração do equipamento.

Veja mais um dos vídeos do Vant. 

Otimização de tempo

O gerente técnico do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Eduardo Gomes, que integra o Sistema Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), comenta que o uso dessa tecnologia é gradativamente implantado no campo devido a gama de benefícios que traz ao produtor, sobretudo, com a otimização do tempo de trabalho. “O monitoramente das lavouras que muitas vezes ocorre a cada 15 dias pode ser feito em menor espaço de tempo. Além disso, é possível observar com mais precisão por meio do
Vant, por exemplo, aspectos no centro de plantações e dessa forma ter melhor gerenciamento das atividades”, avalia Gomes. Confira o voo do Vant no câmpus Toledo da PUC-PR no site do jornal O Paraná e na fanpage O Paraná/Hoje News.

Fotos: PUC-PR