Cotidiano

Técnicos discutem controle de gases de efeito estufa

Curitiba – A avaliação da emissão de carbono pela agricultura, pela pecuária e pela agroindústria foi um dos assuntos discutidos entre o engenheiro da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, José Rubel, e os técnicos da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Sílvio Krinski e Moisés Knaut Tokarski.

Um dos objetivos era consultar a possibilidade de a Ocepar, tendo em vista sua capacidade e oferta de assistência técnica aos produtores rurais, apoiar a habilitação de profissionais desse setor a utilizar a metodologia de cálculo de emissões de gases de efeito estufa da agricultura e pecuária desenvolvida pelo World Resources Institute (WRI), em parceria com a Embrapa e a Unicamp, a fim de se tornarem propagadores do método entre os produtores rurais.

Outro tema da reunião foi a adesão do agro ao Selo Clima Paraná, instituído pela Secretaria e dirigido às empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Em 2019 o Selo está em sua quinta edição e a premiação acontece no fim do ano.

 

Metodologia

Segundo Rubel, o agro poderá aderir à Metodologia WRI, já que ela contém fatores de emissões e remoções de carbono atmosférico para as atividades de produção de algodão, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, soja, trigo, pecuária e pastagem, e compra de energia elétrica.

Ela é recomendada pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, gerido pelo Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas.

 

Emissões

No Paraná, as emissões da pecuária/fertilização dos solos/dejetos do agro representam 31%; transportes 29% e indústria, 21% das emissões. Juntos, somam 80% das emissões (1° Inventário Paranaense de emissões de Gases de Efeito Estufa, Sema 2012).

 

Estratégias

Reduzir as emissões de carbono é a principal estratégia para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas, segundo explica Rubel.

“Para o setor produtivo, além de ser uma estratégia para reduzir os prejuízos provocados por temperaturas elevadas, precipitações e estiagens mais intensas, também concorre para a manutenção e ampliação da competitividade comercial, em especial nos mercados globais”.

O agronegócio é um setor participativo no Paraná, contribuindo com, aproximadamente, 30% no PIB (Produto Interno Bruto), sendo um dos setores básicos da economia paranaense. Em torno de 80% dos municípios paranaenses dependem diretamente do desempenho da safra.

 

Políticas

Para Rubel, política ambiental e política econômica são entrelaçadas. Políticas ambientais bem desenhadas são capazes de promover a inovação e a competitividade sistêmica de uma região. A política ambiental objetiva combater o aquecimento global, que provoca as Mudanças Climáticas, afetando em especial os menos favorecidos.

A política econômica objetiva mantém e amplia a competitividade da economia paranaense em um contexto em que os principais destinos das exportações – União Europeia, China, Estados Unidos – aumentam as exigências por produtos de baixo-carbono: grãos, farelo, carnes, açúcar, combustíveis, frutas, bens industriais.

O Paraná detém tecnologia e condições naturais favoráveis para que a eficiência energética, as energias renováveis, a agricultura de baixo carbono, a preservação dos serviços ecossistêmicos sejam instrumento de articulação entre a economia e o meio ambiente.