Cascavel – Os técnicos do Deral (Departamento de Economia Rural) dos Núcleos Regionais da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Toledo e de Cascavel estão a campo para um novo diagnóstico do andamento da safra de verão 2017/2018, para um boletim que será divulgado na próxima semana.
Na região a maior preocupação é com a soja que já foi bastante castigada pelos efeitos climáticos. Primeiro os produtores tiveram que esperar para começar o plantio, tendo em vista uma estiagem de quase dois meses, justamente no início do ciclo. Muitos se aventuraram e cultivaram no chamado pó e acabaram perdendo as sementes porque a chuva demorou para chegar, mas quando veio, foi em demasia.
Somente no mês de outubro foram mais de 900 milímetros de precipitação na região, enquanto o esperado para o período era de até 200 mm. Assim, muitas lavouras que estavam em desenvolvimento acabaram sendo varridas pela enxurrada e muitos produtores não conseguiram colocar as máquinas no campo, porque por um mês não parou de chover. Isso tudo resultou em um novo atraso no ciclo que se estendeu pelo início do mês passado atrasando o desenvolvimento em pelo menos um mês.
Até metade de novembro as precipitações interferiram em cheio o desenvolvimento de oleaginosa. Ocorre que desde 25 de novembro não choveu mais na região de forma expressiva, apenas pancadas isoladas.
Segundo os técnicos, esse período de secura até contribuiu para uma espécie de recuperação das lavouras danificadas, com um adendo que as temperaturas baixas no início da manhã e no fim da tarde estão atrasando o crescimento das plantas. Neste momento algumas plantações já sentem o efeito da falta de água como a encontrada pela reportagem nas margens da BR-467, em Cascavel, com sinais de rachadura no chão.
O cenário não é para uma mudança brusca nestas condições. Há a possibilidade de novas pancadas isoladas a partir de amanhã, segundo o Simepar (Instituto Tecnológico do Paraná). Mas não deverão ser significativas podendo se repetir pelo fim de semana.
Em toda a região foram cultivados mais de um milhão de hectares de soja a e expectativa de produção é de quase 4 milhões de toneladas, já considerando uma perda de quase 6%.
