Saúde

TCE deve fechar parceria com a UFPR para a produção de vacina anticovid

O custo por dose ficaria entre R$ 5 e R$ 10 - cerca de 10% do preço das demais vacinas utilizadas no Brasil, que se inicia em R$ 70 a dose

Covid-19 vaccines on laboratory shelf
Covid-19 vaccines on laboratory shelf

Curitiba – ​A partir desta semana, um grupo de trabalho do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) vai avaliar a possibilidade de o órgão de controle externo apoiar financeiramente a UFPR (Universidade Federal do Paraná) no desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19 que utiliza tecnologia essencialmente paranaense.

A possibilidade da parceria foi debatida na última sexta-feira (14), em reunião por videoconferência entre o presidente do TCE-PR, conselheiro Fabio Camargo, e o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. “Pela seriedade do processo, a importância do momento e a economia que estamos fazendo na Casa, acredito que poderemos contribuir com essa iniciativa que beneficiaria toda a população paranaense”, declarou Camargo, após ouvir o relato do reitor.

A vacina da UFPR, que está na fase pré-clínica, de testes em animais, utiliza uma bactéria – chamada Escherichia coli – já estudada há 20 anos pela área de Ciências Biológicas da universidade. Essa tecnologia permitiu a fixação de nitrogênio, substituindo fertilizantes químicos no cultivo de grãos.

O imunizante que está sendo desenvolvido envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável revestidas com partes da proteína spike, que é responsável pela entrada do coronavírus Sars-CoV-2 nas células. Essa proteína é produzida com o auxílio da bactéria Escherichia coli.

“É uma vacina de tecnologia simples, que usa insumos brasileiros, mais baratos e com excelentes resultados até aqui”, declarou o reitor da UFPR.

Segundo ele, o custo por dose ficaria entre R$ 5 e R$ 10 – cerca de 10% do preço das demais vacinas utilizadas no Brasil, que se inicia em R$ 70 a dose.

Para que a iniciativa se concretize, a universidade precisa de parceiros, especialmente para custear as fases clínicas dos testes, em humanos, que são mais dispendiosas. Ainda neste ano, a UFPR deverá solicitar à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização para os testes em humanos.

“Nesse contexto trágico da pandemia, em que a universidade faz o possível para salvar vidas, produzindo uma vacina, termos a solidariedade, a articulação e a parceria de entidades importantes, públicas e privadas, é estratégico”, afirmou Fonseca. “A disponibilidade do Tribunal de Contas do Estado em caminhar junto conosco é motivo de muita alegria para a Universidade Federal do Paraná.”

Ao se declarar sensibilizado pelo trabalho da universidade, o presidente do TCE-PR declarou: “Esta Casa pode colaborar com a sociedade neste momento de dificuldades, pela condição financeira saudável, obtida em 90 dias de absoluta economia”.

Participaram da reunião o diretor-geral do TCE-PR, Evandro Arruda; o coordenador-geral de Fiscalização, Rafael Ayres; o diretor de Gabinete da Presidência, Karlos Kohlbach; o diretor financeiro, Edemilson Pego; o diretor jurídico, Gustavo Von Bahten; e o assessor especial da Presidência, Lúcio Batalha. Servidores da UFPR também participaram do encontro virtual.