Cotidiano

Suzane Von Richthofen deixa a prisão em saída de Dia dos Pais

SÃO PAULO – Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por matar os pais, deixou a penitenciária feminina de Tremembé para a saída temporária de Dia dos Pais, benefício concedido pela Justiça a detentas em regime semiaberto. É a terceira vez que Suzane recebe o direito desde que foi condenada, em 2006. Na sua segunda saída, em maio, no Dia das Mães, foi acusada de dar um endereço falso e chegou a voltar ao regime fechado e perder o benefício. No entanto, de acordo com decisão da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Suzane não agiu de má-fé e retornou ao semiaberto. Outras 44 detentas do mesmo presídio que Suzane também deixaram a prisão temporariamente.

A possibilidade de saída temporária está prevista na Lei de Execuções Penais a quem cumpre pena em regime semiaberto e depende de autorização judicial, diferentemente do indulto, que significa o perdão da pena. Em São Paulo, de acordo com a Procuradoria-Geral do Estado, o benefício é concedido na Páscoa, no Dia das Mães, no Dia dos Pais, no dia de Finados e nas festas de fim de ano.

Suzane está noiva do irmão de outra detenta, idenficado como Rogério Olberg, de 37 anos, a quem teria conhecido durante as visitas que Olberg fazia à sua irmã na penitenciária. Na saída temporária que recebeu em maio, em reportagem exibida pelo programa ?Fantástico?, da TV Globo, ela não foi encontrada no endereço fornecido à Justiça, mas em uma propriedade próxima, que pertence à família de Olberg. Suzane chegou a ter sua pena regredida e sair do regime semiaberto, mas em decisão da juíza Sueli Zeraik Armani, a magistrada não encontrou ?qualquer suposição de má-fé?.

Em resposta a pedido do Ministério Público para que Suzane deixasse o regime semiaberto e perdesse o direito a deixa a prisão temporariamente, a juíza lembrou que Suzane foi prontamente localizada nos telefones fornecidos à Direção da Penitenciária de Tremembé. De acordo com a juíza, seria dever da administração penitenciária checar, em caso de dúvida, as informações transmitidas pelos detentos. ?Se sua intenção fosse realmente burlar a vigilância ou descumprir condições estabelecidas para sua saída, certamente não teria permanecido no aludido sítio?, escreveu.

Em 2002, Suzane foi condenada por planejar o assassinato de Manfred e Marisia Von Richthofen em 31 de outubro de 2002. O crime foi cometido pelos irmãos Cravinhos, Cristian e Daniel, namorado de Suzane. Os dois golpearam a cabeça de Manfred e Marisia com barras de ferro enquanto os dois dormiam em sua mansão no Brooklin, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. Marisia morreu asfixiada com uma toalha e um saco plástico.